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'Pudim no centro de tudo': chef fatura mais de R$ 580 mil com negócio especializado no doce

A "Só Pudim" reúne uma loja para venda do doce, um curso online para quem quer fazer pudim e venda de maquinário para a sobremesa

5 jul 2024 - 05h00
(atualizado às 09h01)
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O chef Diego Sollon com uma variedade de sabores de pudim
O chef Diego Sollon com uma variedade de sabores de pudim
Foto: Arquivo Pessoal

Algumas receitas são tradicionais para o brasileiro, independentemente de qual região ele seja. É o caso da lasanha de domingo, acompanhada de refrigerante, que reúne toda a família à mesa. Na hora da sobremesa, é preciso abrir espaço para o clássico dos clássicos: o pudim. O doce, tão característico das reuniões familiares, se tornou, para um casal de empreendedores, muito mais que uma comida afetiva, mas seu sustento e trampolim para a realização de sonhos.

O chef Diego Sollon, de 39 anos, criou a receita perfeita de pudim, sem furinhos e com uma calda nada amarga. Ao lado do marido, Daniel Praxedes, de 31, montou um negócio especializado em pudins, mas que vai muito além da venda do doce.

"A nossa ambição, há 10 anos, era que o pudim fosse o centro de tudo e que a gente conseguisse abrir um leque somente com pudim para o mercado. Em utensílios, equipamentos, embalagens, tudo focado no pudim em si. E, hoje em dia, a gente tá conseguindo colocar esses sonhos em realidade", celebra Diego.

Os dois mantêm a Só Pudim, que compreende uma loja para venda de pudins, um curso online para quem quer aprender a fazer a sobremesa, além da venda de maquinários específicos para a produção do doce brasileiro. Ao todo, o casal teve faturamento bruto de mais de R$ 580 mil em 2023 e, segundo estimam, já receberam 22 mil alunos - parte deles de fora do Brasil. 

Diego e Daniel comemorando o suceso de vendas do curso em uma plataforma online
Diego e Daniel comemorando o suceso de vendas do curso em uma plataforma online
Foto: Arquivo Pessoal

"A gente tem uma grande totalidade de brasileiros que moram no exterior. Lá, o pudim, querendo ou não, é uma novidade ainda para eles. E os brasileiros estão explorando esse mercado lá fora. A gente tem muitos alunos na Angola e no Japão", exemplifica Daniel.

Há ainda aquelas pessoas que não querem nem comercializar, mas aprender o pudim perfeito para ocasiões do dia a dia. O curso funciona como uma assinatura anual, que pode ser renovada, e o conteúdo está sempre em expansão. No período junino, por exemplo, foram produzidas aulas sobre sabores típicos dessa época, como pudim de paçoca.

"No Natal, temos também um curso voltado para sabores natalinos: pudim de panetone, pudim de chocotone, pudim de chocomenta. Na Páscoa, a gente tem o famoso ovo pudim", completa Diego.

O começo do reinado do pudim

A comercialização do pudim veio como uma necessidade. Diego é natural de Natal, mas se mudou para Mossoró para morar com Daniel há mais ou menos 10 anos. Os dois estavam desempregados, com dívidas que, pelo que se lembram, chegavam a R$ 18 mil.

Formado em gastronomia e pós-graduado em confeitaria e panificação, Diego foi quem deu a ideia de negócio. “Eu queria trabalhar apenas com foco em uma sobremesa. E que não fosse uma sobremesa que é tão explorada por outras empresas, como brownie, bolo, brigadeiro. Não, nada disso. Eu queria trabalhar com uma sobremesa que fosse tipicamente brasileira, que carregasse toda essa história brasileira", explica o chef.

Diego começou vendendo pudins por encomenda, com divulgação no grupo do condomínio
Diego começou vendendo pudins por encomenda, com divulgação no grupo do condomínio
Foto: Arquivo Pessoal

Ao contar essa ideia para o marido, de imediato saiu o nome "Só Pudim". Os dois começaram a fabricação da sobremesa em casa e realizavam as vendas pelo grupo do condomínio. Na época, tinham um fogão comum, em que só era possível fazer duas fornadas de pudim por vez.

A sobremesa foi fazendo sucesso e o casal viu que podia investir naquilo. O primeiro passo dado foi comprar um fogão maior.

"Saímos de dois para seis pudins grandes, de 1 kg, por fornada", relembra o chef Diego.

Com a chegada da pandemia de covid-19, as vendas caíram, já que os dois precisaram diminuir o contato com o mundo externo. Foi aí que veio a ideia de fazer o curso online para quem estava dentro de casa, impossibilitado de trabalhar e querendo ganhar uma renda extra.

"As pessoas vinham até a gente querendo aprender aquele pudim perfeito. Então, foi aí que a gente lançou o curso. Era apenas um e-book na época, em PDF, onde tinha a receita escrita ali, com mais ou menos dez sabores. E ele foi vendido, eu acho que a R $197,00 na época", conta Daniel.

O e-book foi um sucesso e atingiu cerca de R$ 100 mil em apenas uma semana. Daí, o casal "virou a chave do negócio", que hoje está bem desenvolvido em várias frentes. Atualmente, o curso conta com aulas gravadas em vídeo e, além das atualizações frequentes, o chef Sollon tira as dúvidas dos estudantes.

No Instagram, existe uma verdadeira "comunidade do pudim". São mais de 424 mil usuários que acompanham as publicações do chef. Há troca de dicas, envio de dúvidas e muita, muita, babação nos pudins diferentões. 

Apesar dos sabores criativos, Diego Sollon garante que o segredo para o sucesso de seu pudim está na simplicidade. "Pudim é memória afetiva", afirma. A sua receita tradicional, que é o que mais sai, leva apenas quatro ingredientes - e todos precisam ser de qualidade, frisa o chef.

Além disso, o fato dos pudins serem feitos artesanalmente, de forma completamente manual, também dá um gostinho a mais. "Isso vai influenciar diretamente na textura do pudim, para ele ficar lisinho e cremoso", explica Diego.

Fonte: Redação Terra
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