Qual é a fronteira entre a cobrança dura e o assédio moral?
Os empregados acabam se submetendo a situações de assédio por medo de serem demitidos.
Enquanto muitos trabalhadores informais se viram, diariamente, para garantir o sustento da família, a taxa de desemprego do Brasil deve ficar entre as maiores do mundo em 2022, segundo levantamento da agência de classificação de risco Austin Rating.
No ranking, o país aparece com a 9ª pior estimativa de desemprego no ano (13,7%), acima da média global prevista para o ano (7,7%), da taxa dos emergentes (8,7%) e é a 2ª maior entre os membros do G20 ― atrás só da África do Sul (35,2%).
A estafa e o estresse, consequência da crise sanitária desencadeada pela pandemia do Covid-19, traz à tona muitas doenças psicológicas, sobrecarga de trabalho e, o pior de tudo, o aumento alarmante dos casos de assédio moral nas empresas.
“Os novos modelos de trabalho chegaram com novas oportunidades para o assédio moral. O mundo inteiro está imerso em um momento de dúvidas e angústias, mesmo após mais de um ano de pandemial. Enquanto o estresse e excesso de tarefas deixam o trabalhador doente, o abuso de poder termina de destruir com a autoestima da pessoa”, diz Deives Rezende Filho, sócio fundador e CEO da Condurú Consultoria. “Os empregados, na maioria das vezes, acabam se submetendo a situações de assédio por se sentirem reféns e por medo de serem demitidos. Não há mais tempo para esperar: as empresas precisam, urgentemente, combater o problema através do investimento em ações que identifiquem os assédios desde o início”
Uma pesquisa da Harvard Business Review revela que funcionários infelizes produzem até 18% menos quando comparado aos demais. Já um estudo do iOpener Institute mostra que, quando motivados, os colaboradores são capazes de: produzir duas vezes mais, tirar 10 vezes menos licenças e aumentar em cinco vezes o tempo de permanência na mesma companhia.
O especialista entende que faz parte de todos os ambientes corporativos, em especial os que trabalham com metas, a circulação de cobranças. Entretanto, é preciso que as exigências sejam feitas sem excessos verbais, ameaças, constrangimentos e exposição dos funcionários em questão.
“Adoção de código de ética, treinamentos com o corpo diretivo da empresa e também com os colaboradores, manuais de conduta, implementação de canais de denúncia e capacitação do RH para detectar rapidamente os casos e solucionar os conflitos são apenas algumas ações que ajudam no combate ao assédio moral. Após a constatação do assédio, é necessário que a empresa realize o acompanhamento e capacitação de profissionais capazes de auxiliar na solução do problema”, finaliza Deives.
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