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"Quer o telefone do presidente do BC?", rebate Bolsonaro sobre dólar

No Brasil, o regime cambial é o chamado flutuante, com o valor da moeda subindo ou caindo de acordo com as condições de mercado

18 nov 2019 - 21h02
(atualizado às 22h18)
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O presidente Jair Bolsonaro rebateu com uma pergunta quando questionado sobre a cotação do dólar, que fechou em R$ 4,2055 nesta segunda, o maior valor nominal (sem contar a inflação) da história do Plano Real. "Quer o telefone do Roberto Campos?", questionou ao ser abordado por jornalistas na entrada do Palácio da Alvorada, residência oficial. Roberto Campos Neto é presidente do Banco Central.

Presidente Jair Bolsonaro acena a jornalistas antes de reunião da cúpula do Brics
14/11/2019
Pavel Golovkin/Pool via REUTERS
Presidente Jair Bolsonaro acena a jornalistas antes de reunião da cúpula do Brics 14/11/2019 Pavel Golovkin/Pool via REUTERS
Foto: Reuters

No Brasil, o regime cambial é o chamado flutuante, com o valor da moeda subindo ou caindo de acordo com as condições de mercado. Em 1994, no início do Plano Real, o regime era fixo, ou seja, com um valor estipulado pelo Banco Central.

Em meio a uma crise cambial e com as reservas em dólares do Brasil esvaziadas, em janeiro de 1999 o BC emitiu um comunicado: "a partir de hoje, o Banco Central deixará que o mercado interbancário defina a taxa de câmbio".

Na prática, isso era uma permissão para que os bancos comprem e vendam dólares entre si, sem o intermédio ou intervenção do BC. O valor do dólar em relação ao real deixou de ser a principal forma de controle inflacionário e seu valor passou a oscilar de acordo com a oferta e a demanda do mercado.

O BC também informou o seguinte: "o Banco Central poderá intervir nos mercados, ocasionalmente e de forma limitada, com o objetivo de conter movimentos desordenados das taxas de câmbio". Na prática, mesmo com câmbio flutuante, o BC pode intervir no mercado caso do valor do dólar em relação ao real chegue a um patamar que, por algum motivo, seja considerado muito alto ou muito baixo.

Para interferir nesse mercado, o BC tem três tipos de instrumento: pode atuar com os contratos de "swaps cambiais", operação que equivale à uma venda de moeda no mercado futuro, com os leilões de linha (com compromisso de volta dos dólares para o BC) e com a venda direta de dólares do mercado.

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