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Raízen busca reduzir pegada de carbono do etanol em 10% até 2030, diz Cosan

3 jul 2020 - 18h00
(atualizado às 18h06)
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A Cosan, conglomerado brasileiro de energia e logística, tornou público nesta sexta-feira dez compromissos com o desenvolvimento sustentável, incluindo alguns para combater mudanças climáticas, como a redução de 10% na pegada de carbono na produção de etanol até 2030.

Bomba de etanol em posto de bandeira Shell em São Paulo (SP) 
01/02/2010
REUTERS/Paulo Whitaker
Bomba de etanol em posto de bandeira Shell em São Paulo (SP) 01/02/2010 REUTERS/Paulo Whitaker
Foto: Reuters

A meta deverá ser obtida por meio da melhor gestão do uso de fertilizantes e diesel no processo produtivo da cana e do biocombustível pela Raízen, joint venture da Cosan/Shell que é a maior produtora de etanol de cana do mundo.

"Tem a ver com a pegada de carbono e com eficiência, só consigo reduzir a pegada de carbono se eu otimizo a minha colheita, meu plantio, minha moagem, o transporte, o uso da biomassa para geração. Tudo isso compõe a nossa capacidade de aumentar a eficiência", disse à Reuters o CEO da Cosan, Luis Henrique Guimarães, que assumiu o cargo em abril após ocupar o mesmo posto na Raízen.

Por meio do objetivo, a Cosan quer reduzir a pegada de um combustível que já emite 30% menos carbono que o etanol de milho e 90% menos que a da gasolina.

Além da Raízen, a Cosan também anunciou meta de redução em 15% nas emissões por toneladas por quilômetro útil (TKU) da operadora ferroviária Rumo até 2025.

Em 2019, a empresa que também faz elevação portuária e armazenagem de produtos movimentou 60,1 bilhões de toneladas por TKU, segundo o relatório de sustentabilidade da Cosan.

Uma das formas de aumentar a eficiência da Rumo inclui o aumento do número de vagões para até 120 em uma composição, disse o CEO. Tipicamente, um trem puxa cerca de 80 vagões.

No cenário de que o Brasil, nos próximos anos, deverá suprir quase metade do crescimento previsto na demanda global por grãos, a expansão da Rumo via modal ferroviário também é favorável para a redução de emissões, por reduzir o número de caminhões nas estradas.

Guimarães observou que as metas numéricas, aprovadas no Conselho de Administração da Cosan há algumas semanas, partem de um trabalho interno que a empresa vem fazendo há algum tempo, mas que agora considerou importante tornar público.

O CEO afirmou, contudo, que o primeiro compromisso da empresa é "zelar pela segurança" dos funcionários e operações, além da busca da eficiência energética e da elaboração de inventários de emissões de gases de efeito estufa (GEE) em todos os negócios.

Contribuir para o desenvolvimento sustentável do Brasil, começando pelas localidades no entorno das operações da empresa, e a promoção da diversidade de gênero em processos seletivos e sucessórios na empresa também estão entre os compromissos do conglomerado.

COVID-19

No que diz respeito aos desafios trazidos pela pandemia do coronavírus, o executivo afirmou que o ambiente de negócios vem melhorando após abril, o pior momento registrado até agora.

Ele disse ainda que a empresa não paralisou qualquer operação desde o início da crise da Covid-19.

"Temos muito orgulho de dizer que não paramos nada, todos os armazéns, caminhões, trens. Não faltou combustível, não faltou trem, não faltou lubrificante", afirmou ele.

Guimarães disse que a companhia adotou uma estratégia agressiva de testagem para prevenir a disseminação da doença, tendo adquirido 120 mil testes para coronavírus, e que a empresa até o momento registra "nível de contaminação baixo".

Além de produzir açúcar e etanol, a Raízen é uma das principais distribuidoras de combustíveis do país. O grupo Cosan lançou em março uma nova empresa, a Compass Gás e Energia, que concentrará os negócios existentes da companhia em gás, incluindo a distribuidora Comgás.

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