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Raízen Combustíveis vê 2º semestre em linha com planos pré-crise, diz Cosan

11 ago 2020 - 11h21
(atualizado às 13h54)
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A Raízen Combustíveis, braço do grupo Cosan no setor, deve recuperar o desempenho no segundo semestre, em linha com 2019 e com as projeções traçadas antes da crise do novo coronavírus no Brasil, estimou a Cosan nesta terça-feira.

Logo da Cosan em painel na B3, em São Paulo (SP) 
25/07/2019
REUTERS/Amanda Perobelli
Logo da Cosan em painel na B3, em São Paulo (SP) 25/07/2019 REUTERS/Amanda Perobelli
Foto: Reuters

O grupo Cosan amargou prejuízo líquido de 174,4 milhões de reais no segundo trimestre de 2020, pressionado pelos efeitos da pandemia, queda nos preços internacionais do petróleo e impacto do câmbio sobre bônus perpétuo, conforme balanço divulgado na noite de segunda-feira.

"Houve um impacto negativo na ordem de 300 milhões de reais relacionado ao aumento de estoques de combustíveis, principalmente do etanol, no último trimestre", disse em teleconferência o gerente executivo de Relações com Investidores da companhia, Phillipe Casale.

"Já entramos no trimestre com volumes de estoques mais altos do que gostaríamos", acrescentou.

Segundo a Cosan, a área de combustíveis também marcou perdas de escala, com a menor diluição dos custos com as estruturas comercial e logística, além da deterioração do segmento de aviação, em que a retração do consumo alavanca exponencialmente a perda de escala.

O executivo também destacou a pressão sazonal sobre as cotações do etanol causada pelo início da safra 2020/21, em abril, com a ampliação na oferta disponível.

Neste contexto, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado da Raízen Combustíveis no Brasil caiu 88,4% em relação ao mesmo período de 2019, para 65,3 milhões de reais.

Agora, embora seja difícil prever uma recuperação mais estruturada, o comportamento do petróleo no mercado externo e os indicadores econômicos apontam para um ambiente mais otimista nos próximos meses, afirmou Casale.

"Temos visto recuperação nos preços internacionais e aumento na demanda com a flexibilização das quarentenas... Parte disso já foi recuperada em julho e o restante pode vir no decorrer do ano", comentou.

"No segundo semestre, teremos resultados mais próximos do nosso plano original pré-crise. Isso deve ser o cenário na Raízen Combustiveis no Brasil."

ENERGIA

A joint venture entre Shell e Cosan, Raízen Energia, foi uma das menos afetadas pela crise da Covid-19, dada a melhora nos preços do açúcar, disse o gerente de RI, com alta de 27% no valor médio no último trimestre.

"O clima mais seco ajudou a acelerar a moagem de cana", afirmou.

No segundo trimestre do ano --primeiro da safra 2020/21-- a moagem cresceu 5%, para 22 milhões de toneladas. A companhia também disse que a produtividade do canavial melhorou, uma vez que a concentração de açúcares na matéria-prima subiu 6%, para 9,9 ATR por hectare.

O mix de produção foi de 54% para o açúcar (versus 49% no 2T19), em linha com o planejamento para o ano-safra, com foco na priorização do adoçante.

"Como vamos maximizar a produção de açúcar neste ano, estamos analisando os melhores cenários e momentos para vender nosso açúcar", afirmou Casale.

"Nesse ano-safra vamos concentrar mais as vendas no terceiro e quarto trimestres. Isso está associado a conseguir os melhores retornos dentro da estratégia de comercialização", acrescentou.

Até 30 de junho, cerca de 2,52 milhões de toneladas de açúcar da safra 2020/21 tiveram as vendas fixadas com tradings ou instrumentos financeiros derivativos, por em média 60 centavos de real por libra-peso.

Para a próxima safra, 1,946 milhão de toneladas foi comercializado com valor médio de 65,9 centavos de real por libra-peso.

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