Raízen tem prejuízo líquido no 3º tri com menores margens de mobilidade e renováveis
A Raízen registrou prejuízo líquido de 158,3 milhões de reais no segundo trimestre da safra 2024/25, impactado por menores margens no segmento de mobilidade, que envolve postos de combustível e lojas Shell, e renováveis, que inclui a marca de energia elétrica Raízen Power e etanol.
O resultado se compara a um lucro líquido de 28,4 milhões de reais no mesmo trimestre da safra 2023/24, de acordo com balanço financeiro divulgado nesta terça-feira. Em termos ajustados, o prejuízo somou 96,7 milhões de reais no período, após lucro de 181,3 milhões de reais no segundo trimestre da safra 2023/24.
A empresa do setor sucroalcooleiro apurou lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado de 3,7 bilhões de reais, recuo de 1,7% na comparação com o mesmo período da safra anterior e abaixo de expectativa média de analistas de 4,03 bilhões de reais, segundo dados da LSEG.
O presidente da Raízen, Ricardo Mussa, afirmou em relatório de resultados que apesar da redução de expectativas quanto a safra atual, diante de forte estiagem e incêndios de grandes proporções ocorridos no Brasil, é esperado desempenho em torno de 78,5 a 80 milhões de toneladas de cana.
A projeção é "substancialmente maior do que tivemos em outros anos de eventos climáticos semelhantes", disse Mussa.
Ele acrescentou que "os novos patamares de preços de açúcar e a recuperação dos preços do etanol, em todas as suas modalidades", trazem confiança quanto à evolução da rentabilidade à frente.
A alavancagem da Raízen, medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda ajustado, encerrou setembro em 2,6 vezes, de 1,9 vez um ano antes, patamar que a empresa considerou "coerente com a sazonalidade do período e níveis de estoques".
A companhia anunciou, paralelamente, acordo pela controlada Raízen Energia para venda de até 900 mil toneladas de cana-de-açúcar por cerca de 381 milhões de reais. O efeito contábil da transação será um ganho líquido, após tributos, estimado em 300 milhões de reais, a ser reconhecido ainda no ano safra 2024/25.
A Raízen também disse que deu início às operações de testes e comissionamento de duas novas plantas de etanol de segunda geração (E2G) nos Parques de Bioenergia Univalem (Planta 3) e Barra (Planta 4), localizadas, respectivamente, nas cidades de Valparaiso e Barra Bonita, ambas no Estado de São Paulo.
"Em breve, as Plantas 3 e 4 (Barra e Univalem) iniciarão suas operações, já incorporando o aprendizado que obtivemos até aqui", afirmou Mussa. A expectativa é de que o início da produção e dos embarques aos clientes aconteça ainda na safra 2024/25.