Ranking lista as profissões com ensino superior mais bem pagas no Brasil em 2023
Médicos especialistas aparecem como os mais bem remunerados; profissionais da área de tecnologia se destacam pela valorização salarial na última década
Médicos especialistas são os profissionais com ensino superior mais bem remunerados do Brasil, com rendimento médio real de R$ 18.475. A informação é de um levantamento elaborado pela pesquisadora Janaína Feijó, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), com base nos dados da Pnad Contínua, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O levantamento considerou dados de trabalhadores com ensino superior do setor privado, referentes ao segundo trimestre de 2023. A pesquisadora também fez uma comparação desses dados com o mesmo período de 2012: os médicos especialistas, por exemplo, tiveram queda de 13% no salário nesses onze anos.
Outros que também aparecem no topo da lista das profissões mais bem pagas são matemáticos, atuários e estatísticos (com rendimento médio real de R$ 16.568); médicos generalistas (R$ 11.022); geólogos e geofísicos (R$ 10.011) e engenheiros mecânicos (R$ 9.881) - as últimas três categorias também tiveram queda no salário em relação a 2012 e, mesmo assim, figuram no topo do ranking. Já a categoria de matemáticos, atuários e estatísticos apresentou um aumento de salário de 50% (veja mais informações na tabela abaixo).
O estudo destaca a valorização salarial de profissões ligadas à tecnologia no período: desenvolvedores de páginas de internet e multimídia (que registraram o maior aumento, de 91%); desenvolvedores de programas e aplicativos (39%); e desenhistas e administradores de bases de dados (30%).
Segundo a pesquisa, a pandemia da covid-19 acelerou transformações tecnológicas, aumentando a demanda por trabalhadores nas áreas de ciências, tecnologia, engenharia e matemáticas, e levando a uma maior valorização das habilidades socioemocionais.
Os dados apontam que pessoas que têm ensino superior completo ganham mais. No entanto, das 98,8 milhões de pessoas ocupadas no Brasil no período analisado, cerca de 76 milhões (77%) não tinham ensino superior - ou seja, os melhores salários são inacessíveis para a maior parte dos brasileiros.