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Reação em cadeia dos gastos federais, Selic e dólar afetam diretamente o consumidor

Especialistas explicam como os componentes atingem o poder de compra dos cidadãos

19 nov 2024 - 05h00
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Notas de dólar
08/02/2021
REUTERS/Dado Ruvic
Notas de dólar 08/02/2021 REUTERS/Dado Ruvic
Foto: Reuters

A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) e o pacote de corte de gastos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva foram temas do notíciário sobre economia bastante divulgados na primeira quinzena de novembro. Embora alguns deles pareçam distantes do cotidiano, especialistas explicam que eles formam uma reação em cadeia que atinge diretamente o consumidor; entenda como. 

O diretor de Research da Quantzed, Leandro Petrokas, explica que, quando se trata do dólar, os efeitos colaterais vão desde o valor das commodities até os custos do frete.

Petrokas comenta que países que não têm o dólar como moeda principal, como o Brasil, mas que negociam utilizando a moeda, são afetados pelas altas nas negociações externas. Assim, commodities brasileiras como trigo, carne bovina, suco de laranja, café, algodão, soja e milho, que são amplamente exportados, podem ficar mais caras no mercado interno.

Isso acontece porque os exportadores poderão lucrar mais comercializando os produtos no mercado externo. Além disso, as quantidades para consumo nacional são maiores e isso eleva os valores. “Pode acontecer uma restrição de oferta, mesmo sendo uma commodity produzida no Brasil por opção dos produtores para exportar a maior parte e receber mais por isso”, diz.

Os efeitos também poderão ser sentidos no frete ja que as companhias de aviação, por exemplo, podem aumentar o valor das passagens e dos fretes devido à influência da alta do dólar no valor do combustível. “Elas utilizam o combustível de aviação, que é basicamente uma commodity negociada no mundo inteiro em dólar”, explica Petrokas

Já sobre os feitos do aumento da Taxa Selic, que foi decidido pelo Copom no começo de novembro, não devem ser sentidos pelos consumidores no curto prazo. “O consumidor vai começar a perceber esses efeitos daqui a alguns meses”, avalia a economista e professora do Insper, Juliana Inhasz.

Juliana explica que o aumento foi baixo, mas que ele deve ser seguido por mais altas na taxa de juros. Na prática, o consumidor irá perceber, em alguns meses,  mais dificuldades para realizar empréstimos e financiamentos, ou até mesmo, o baixo crescimento da economia.

Segundo a professora, os juros altos resultam em investimento produtivo baixo e pouco crescimento da economia, o que também pode reduzir a empregabilidade.

Corte de gastos do Governo Federal

O Governo Federal vem tentando aprovar um novo pacote de gastos para equilibrar as contas públicas. Mas, por que há necessidade de ajuste? Basicamente, o governo gasta mais do que arrecada. “Naturalmente, esse cenário se agrava pela taxa de câmbio e juros que também estão altas”, analisa Juliana. 

Petrokas também complementa sobre a necessidade de um corte eficiente. Para ele, sem um bom pacote de corte de gastos, os juros e câmbio devem continuar altos, causando inflação, que precisará ser combatida pela taxa de juros.

Para o especialista, o cenário econômico pode melhorar dependendo da eficiência e aprovação do pacote. No entanto, ele também acredita que, se Lula não conseguir fazer essa movimentação de cortes nesse momento político, provavelmente ele não terá uma nova chance antes das eleições de 2026. 

Fonte: Redação Terra
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