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Real é a 5ª moeda que mais perdeu valor frente ao dólar em 2024, acima do peso argentino; veja o ranking

20 jun 2024 - 14h39
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Dólar. Foto: iStock
Dólar. Foto: iStock
Foto: Suno

O real ocupa a quinta posição entre as moedas que mais perderam valor frente ao dólar em 2024, de acordo com um levantamento feito pela agência Austin Rating, com base em dados do Banco Central do Brasil (BC). Com a quarta alta consecutiva da moeda norte-americana frente ao real na última quarta-feira (19), a queda acumulada da divisa brasileira já chega a 11,4% neste ano. 

O ranking, elaborado com base nas taxas de câmbio de referência Ptax, considera as moedas de 118 países.

Neste ano, a naira nigeriana é a divisa com maior desvalorização acumulada frente ao dólar, com uma variação negativa de 41,30%, com base em dados levantados até o dia 11 de junho. A moeda é seguida pela libra do Egito, com queda de 35,20%, e pela libra sul sudanesa do Sudão do Sul, com baixa de 29,90%. 

O peso argentino ocupa a sexta posição no ranking, atrás do real, com uma variação negativa de 10,80% em 2024. No ano passado, a divisa da Argentina foi considerada a segunda moeda com maior desvalorização no mundo frente ao dólar, com uma variação negativa de mais de 77%. 

Além disso, o iene japonês também aparece entre as dez moedas com maior desvalorização frente ao dólar, ocupando a sétima posição. 

Na outra ponta do ranking, a moeda do Quênia, xelim, acumula uma valorização de 22,1% no ano frente ao dólar. Em seguida, as divisas da Rússia e do Sri Lanka aparecem com altas de 7,3% e 6,2%, respectivamente.

Moedas que mais perderam valor frente ao dólar em 2024

  • 1. Naira, da Nigéria: -41,30%
  • 2. Libra, do Egito: -35,50%
  • 3. Libra Sul Sudanesa, do Sudão do Sul: -29,90%
  • 4. Cedi, de Gana: -20,90%
  • 5. Real brasileiro, do Brasil: -11,40%
  • 6. Peso argentino, da Argentina: -10,80%
  • 7. Iene, do Japão: -10,40%
  • 8. Lira turca, da Turquia: -9,20%
  • 9. Peso mexicano, do México: -7,90%
  • 10. Peso colombiano, da Colômbia: -7,10%

*Com base em dados coletados no acumulado do ano até 11/06/2024

Por que o real está em baixa?

Uma série de fatores está contribuindo para a variação positiva do dólar frente ao real, incluindo as perspectivas de política monetária nos Estados Unidos e as tensões fiscais no Brasil. 

Neste mês, o Federal Reserve (Fed), o banco central norte-americano, manteve os juros do país inalterados em uma faixa de 5,25% a 5,50% ao ano, após uma decisão unânime. Esse é o maior patamar dos juros estadunidenses desde 2001. 

Além disso, a autoridade monetária sinalizou ainda que pretende reduzir os juros apenas uma vez até o final do ano, na contramão das expectativas do mercado que apontavam para duas reduções. Dessa forma, os juros altos atraem a migração de recursos para o país norte-americano, o que contribui para a valorização do dólar

Além disso, as preocupações fiscais no Brasil também estão afetando o mercado e fazendo com que a divisa norte-americana avance diante do real. 

"O câmbio voltou a estressar aqui no Brasil com falas do presidente Lula, em especial a parte em que o mercado interpretou que ele não vai cortar gastos, e que os gastos atuais da máquina pública serão sustentados com a arrecadação que está melhor que o esperado, e que a queda da Selic vai ajudar a manter esses gastos", explica Andre Fernandes, head de renda variável e sócio da A7 Capital. 

De acordo com o especialista, o real deve seguir pressionado e perdendo valor frente ao dólar, à medida que o mercado aguarda novas medidas do governo para sustentar os gastos públicos. "Acredito que, enquanto as medidas que podem melhorar a situação das contas públicas continuarem só no discurso, o mercado de câmbio pode seguir pressionado", avalia Fernandes.

Suno
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