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Reforma tributária: como a mudança nos impostos vai afetar o dia a dia da minha empresa?

Empresas que operam no Simples Nacional devem ter ainda mais atenção com as mudanças introduzidas pela reforma

27 jun 2024 - 10h10
(atualizado às 15h12)
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Assim que a PEC da reforma tributária foi aprovada pelo Congresso, o empresário Thiago Miranda passou a olhar com mais atenção para os pontos que mudariam com as novas regras. Apesar de já acompanhar a discussão, foi a partir daquele momento que ele começou a analisar como as mudanças afetariam a sua empresa.

"Percebi que precisava estudar para tomar algumas decisões e me preparar", diz ele, CEO do Grupo Mirandinha, especializado na fabricação de artigos para festa. "Estamos tentando acompanhar, mas é difícil, ainda estamos um pouco no escuro", complementa, citando a regulamentação e demais definições ainda em aberto.

Segundo especialistas consultados pelo Estadão, de fato, há muitas questões indefinidas sobre a reforma, mas alguns pontos já podem ser considerados pelos empresários, com base no que já se sabe sobre as novas regras.

Contratos de longo prazo

Além do cuidado com o regime tributário, outro ponto de atenção das empresas são os contratos de longo prazo — especialmente aqueles que tenham vigência durante o período de transição, já que parte das regras envolvidas nesta fase ainda não foram definidas.

"É preciso prever no contrato os impactos da reforma daqui a algum tempo", diz Navarro. Esse ponto também é destacado pelo advogado tributarista André Martins, da Mazzucco e Mello Advogados, que já orienta seus clientes a prever essas mudanças em contrato. "Temos feito revisões de contrato com fornecedores, de distribuição e de fornecimento de insumos, porque esses certamente serão impactados", explica.

Segundo ele, há orientação do escritório para a inclusão de uma cláusula de isonomia, frente a potenciais mudanças tributárias, cujas regras ainda não tenham sido estabelecidas.

Atualização de sistemas

Outro ponto que merecerá atenção com a reforma será a atualização de softwares utilizados para os cálculos tributários das empresas. Segundo Navarro, da FGV, a maioria das companhias não deve ter dificuldade de atualizar seus sistemas porque grande parte delas opera com softwares terceirizados, vendidos por companhias especializadas, responsáveis por sua manutenção e atualização.

"As pequenas, em geral, consomem 'soluções de prateleira', ou seja, a empresa de TI que terá de ser rápida para atualizar suas soluções", explica Navarro.

Com a introdução dos novos sistemas, a maior atenção dessas companhias será relacionada à precificação, além da lista de compra de insumos, segundo Martins, da Mazzucco e Mello Advogados.

"Para empresas menores, não é um ponto de atenção no momento (atualização de sistemas), mas nas grandes empresas, estudos têm sido feitos, considerando diferentes cenários de definição da reforma", afirma.

Estadão
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