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Regulação de finanças verdes no Brasil ainda depende de padronização de critérios

Em debate online promovido pelo 'Estadão', especialistas afirmaram que ainda faltam informações e esclarecimentos sobre o tema

15 jun 2021 - 15h30
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Apesar dos avanços em torno da agenda de práticas sociais, ambientais e de governança (ESG, na sigla em inglês), o Brasil ainda tem muito que caminhar na regulação das chamadas finanças verdes. Na avaliação especialistas que participaram nesta terça-feira, 15, do Summit ESG, evento online promovido pelo Estadão, ainda faltam informações e esclarecimentos sobre o tema, além da necessidade de criar padrões para não sufocar as empresas com as exigências.

A consultora de sustentabilidade da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), Fernanda de Arruda Camargo, conta que, com a pandemia, muitos fundos de investimentos começaram a se autodenominar ESG. No total, são 160 fundos com esse novo título. Mas, a partir de pesquisas feitas pela associação, verificou-se uma falta de entendimento e de metodologia em relação ao assunto.

"Descobrimos que precisamos informar muito e criar critérios para o uso do termo ESG", diz a consultora. Segundo ela, outro ponto importante é incorporar o "S" (social) do ESG, que no Brasil é um grande problema. As empresas costumar focar mais no E, que representam as práticas ambientais. "Estamos caminhando com uma autorregulação e também com programas de diversidade."

O professor da Coppead/UFRJ, Celso Funcia Lemme, afirma que o País caminhou bastante nos últimos dez anos neste tema, mas ainda precisa de melhorias, como maior transparência, ter mecanismos para separar o "joio do trigo" e fazer um mapeamento dos estágios que cada um está. Às vezes, diz ele, uma empresa não tem todos os resultados ainda, mas ela está no início do caminho e isso precisa ser considerado.

Ele afirma que algumas organizações tentam dialogar para simplificar o processo sem perder conteúdo. Isso inclui o relatório de sustentabilidade Global Reporting Initiative (GRI) e SAS. A ideia é que uma informação pedida por uma organização sirva para outra, desafogando às empresas com toda documentação e exigências.

Painel do Summit ESG discutiu finanças verdes.
Painel do Summit ESG discutiu finanças verdes.
Foto: Reprodução / Estadão

Um exemplo prático apresentado durante o evento foram as emissões do Banco BV. Segundo o diretor executivo de Corporate & Investment Banking e Tesouraria da instituição, Rogerio Monori, hoje está sendo fechada a emissão de Letras Financeiras (LF) verde, de R$ 500 milhões. Os recursos serão destinados ao financiamento de painéis solares.

No ano passado, o banco já havia feito a emissão de títulos verdes (green bonds), no valor de US$ 50 milhões, também voltados para o financiamento de projetos solares e eólicos. Monori afirma que hoje o BV tem o compromisso na área de sustentabilidade de gerar ativos da ordem de R$ 80 bilhões até 2030. "Vejo um engajamento cada vez maior das nossas equipes. Atualmente cada executivo tem metas a cumprir em suas áreas."

Estadão
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