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Relatórios têm de traduzir resultados das iniciativas

Para ter credibilidade, empresas precisam contratar instituições reconhecidas para fazer auditorias independentes

5 set 2021 - 05h12
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Fora seguir os critérios científicos, outra providência importante para as empresas que querem ganhar credibilidade na área de sustentabilidade é contratar instituições reconhecidas para a realização de auditorias independentes.

O sócio de Governança Corporativa e ESG da KPMG, Sebastian Soares, observa que os relatórios de sustentabilidade publicados pelas empresas terão, cada vez mais, de traduzir em números - e em cifras - os efeitos e impactos das ações de ESG. "Esses relatórios ainda não são obrigatórios e nem precisam estar integrados aos resultados financeiros, mas isso está mudando rapidamente", afirma.

Leonardo Dutra, líder de consultoria na área de mudanças climáticas e sustentabilidade da EY para o Brasil, lembra que os temas de sustentabilidade podem ser vistos por uma empresa tanto pelo prisma dos riscos quanto das oportunidades. "A visão que vai predominar depende, em grande parte, da consistência das ações para mitigar os riscos", diz.

A EY mantém um hub de conteúdo com análises de como as empresas estão tratando o risco climático, incluindo uma edição recente da pesquisa Climate Risk Disclosure Barometer (barômetro de divulgação de risco climático, em tradução livre).

Para Luciane Moessa, sócia-fundadora da Soluções Inclusivas Sustentáveis (SIS) - consultoria especializada em mediação de conflitos que envolvam questões de sustentabilidade -, a imagem atual do Brasil no mercado global está muito mais associada a riscos do que a oportunidades, por conta das ações do governo federal. Para ela, cabe à iniciativa privada um esforço para reverter o quadro e levar o País a exercer o protagonismo que pode ter na economia verde. "Enquanto isso, o País continuará perdendo negócios", resume.

Outras instâncias de governo também podem se mobilizar para fazer um contrabalanço à má imagem deixada pelo governo federal. É o caso do recém-criado consórcio Brasil Verde, ação do Fórum de Governadores para que os Estados possam agir mais efetivamente nas causas ambientais. "Vamos buscar recursos para projetos nessa área. Certamente fica mais fácil conseguir financiamento para temas amplos, como biomas e energias renováveis, quando atuamos em conjunto", diz o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, idealizador da iniciativa.

O consórcio já começou a ocupar um espaço de relacionamento internacional - esteve em contato, por exemplo, com John Kerry, ocupante de um novo cargo criado pelo governo dos Estados Unidos, de enviado Presidencial Especial para o Clima.

Estadão
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