Rentbrella: empreendedor entra para lista de mais inovadores com aluguel de guarda-chuva
Empresa tem operações em São Paulo e outras capitais mundiais, como Nova York e Londres
Fazer das chuvas inesperadas um negócio. Em síntese, essa foi a ideia que veio à mente de Nathan Janovich, 33, ao sair de uma estação de metrô, em São Paulo, e ser surpreendido por um pé d’água, lá em 2016. Sem guarda-chuva, esperando o tempo abrir, viu uma daquelas famosas bicicletas alugadas e pensou: por que não fazer o mesmo com guarda-chuvas?
Daí surgiu a Rentbrella. O negócio é o primeiro do mundo a trabalhar com o compartilhamento de guarda-chuvas. Nathan conta que, quando comentava com conhecidos sobre a ideia, muitos a consideravam ridícula. Hoje, o nome de seu criador aparece entre os maiores inovadores com menos de 35 anos, segundo o braço brasileiro da MIT Technology Review.
"Eu fui, durante 26 anos, um louco para, do dia para a noite, virar um gênio", lembra Nathan.
Não é que se considere mais inteligente que os outros, ele reforça, mas sempre notou em si uma capacidade de enxergar o mundo de um jeito diferente.
Como funciona o negócio
Os guarda-chuvas ficam disponíveis em estações, assim como as bicicletas que serviram de inspiração para Nathan. Com um aplicativo, o usuário pode pegar emprestado um guarda-chuva. A principal diferença é que ele não paga nada por isso.
"Pegou e devolveu em menos de 24 horas, sempre gratuito. Se você não devolver nesse prazo, você paga uma multa de R$ 2,00, pode ficar mais 24 horas. E aí, no terceiro dia, você vai ter uma multa de R$ 34,00, você não precisa mais devolver o guarda-chuva. Além disso, a gente não cobra final de semana e feriado", detalha Nathan.
Nesse modelo, quem arca com os custos da operação é quem decide patrocinar a Rentbrella. Em São Paulo, por exemplo, a Unimed é a marca que estampa os guarda-chuvas disponíveis nas cerca de 450 máquinas na maior cidade do País.
Há ainda a contratação da Rentbrella por empresas que querem ter os guarda-chuvas sempre disponíveis para funcionários.
"Hoje, empresas nos procuram e falam assim: 'Olha, eu tenho um problema de mobilidade em dias de muita chuva ou muito sol, e meus colaboradores ficam presos'. Então, as empresas acabam oferecendo para os colaboradores terem uma opção para ir para o almoço, para ir embora para casa, para não ser impactado pelo clima", explica Nathan.
Adesão e expansão
"Nosso modelo de negócio está muito baseado em que a gente entende que o guarda-chuva deveria ser acesso universal e tem pessoas dispostas a pagar por isso", acredita Nathan.
A consideração do empreendedor é respaldada por números. Atualmente, a Rentbrella está presente em mais de 60 cidades brasileiras e em quatro do exterior: Nova York (EUA), Londres (Inglaterra), Colônia (Alemanha) e Amsterdã (Holanda). As duas primeiras estavam na estratégia inicial da empresa. Nova York, pela sua relevância mundial, principalmente no mercado de mídia; e Londres por ser, nas palavras do Nathan, "o melhor mercado de chuva do mundo".
Já Colônia e Amsterdã passaram a fazer parte do portfólio da Rentbrella por causa de uma demanda das fábricas e empresas dessas regiões, que buscaram pelo serviço da startup.
A gente hoje tem, realmente, boas oportunidades de expansão, e temos priorizado o que faz mais sentido para a gente", afirma Nathan.
O empreendedor prefere não divulgar dados de faturamento da Rentbrella, mas garante que a empresa já se sustenta e dá lucro. Ele, junto com um sócio, investiu inicialmente cerca de R$ 200 mil no negócio, que está em operação há seis anos.
Nathan quer, a curto prazo, que a Rentbrella esteja entre as mil maiores empresas do Brasil. E, no longo prazo, ele espera ver seu negócio presente em todas as cidades brasileiras.