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Reservas internacionais tiveram em 2019 melhor rentabilidade em pelo menos 10 anos, aponta BC

1 abr 2020 - 11h39
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O Banco Central apontou nesta quarta-feira que as reservas internacionais tiveram a melhor rentabilidade em pelo menos dez anos em 2019, com resultado positivo de 4,33% em dólares, na esteira do afrouxamento monetário nos Estados Unidos. 1116

09/01/2013
REUTERS/Lee Jae-Won
09/01/2013 REUTERS/Lee Jae-Won
Foto: Reuters

"Ao longo do ano, verificou-se uma queda de juros nos EUA, com a reversão do ciclo de alta de juros do Fed (BC norte-americano), em resposta aos dados econômicos. Esse movimento, somado ao ganho com carregamento, gerou resultado positivo com juros de 4,25%", afirmou o BC, em seu Relatório de Gestão das Reservas Internacionais.

Além disso, houve ganho com paridade de moeda de 0,08% no ano, prosseguiu o BC.

Antes disso, a melhor rentabilidade em dólares das reservas internacionais havia sido alcançada em 2011, quando chegou a 3,60%, conforme série disponibilizada pelo BC no documento, com início em 2010.

Quando medida em reais, a rentabilidade das reservas no ano passado foi de 8,53%, terceiro pior resultado da série, atrás de 2010 (-2,57%) e 2017 (+3,80%)

"Nesse caso, as variações do real em relação às moedas da reserva dominam o resultado total. Adicionalmente, como a volatilidade do real é significativamente mais alta que a do dólar frente a seus pares, o resultado nesse numerário sofre ainda mais influência das flutuações cambiais", disse o BC.

Sobre o tema das reservas, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, afirmou na quinta-feira passada que há interpretação "às vezes muito assimétrica" sobre o que é o seguro proporcionado por esse estoque, e que o tema é bastante discutido dentro do BC.

"Obviamente, você, quando tem um estoque de reservas e o câmbio desvaloriza, você tem um seguro que é implícito nisso que está na sua dívida líquida, porque o valor da sua reserva sobe e a sua dívida cai", afirmou.

"Então obviamente quando o câmbio desvaloriza já tem um seguro implícito na baixa da dívida porque você está com ativo em dólar que se valorizou sendo 'fundeado' (financiado) por um ativo em reais", acrescentou.

O Brasil fechou 2019 com reservas internacionais de 356,88 bilhões de dólares pelo conceito caixa, num recuo frente aos 374,72 bilhões de dólares de 2018, principalmente pela venda de 36,861 bilhões de dólares à vista em intervenções cambiais --movimento que ajudou o país a reduzir sua dívida bruta.

Até o dia 20 de março, o estoque das reservas internacionais havia caído para 347,423 bilhões de dólares diante das novas atuações do BC no mercado de câmbio. As vendas de dólar à vista somaram 16,211 bilhões de dólares até a mesma data, conforme dados mais recentes do BC.

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