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Retomada de IPOs brasileiros será gradual e começará pelos EUA, vê CEO do Morgan Stanley no Brasil

4 out 2024 - 10h47
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Uma retomada de ofertas iniciais de ações (IPO, na sigla em inglês) de empresas brasileiras tende a ser gradual e o mercado norte-americano deve ser o destino das primeiras operações, após um hiato de mais de três anos, avalia o presidente do Morgan Stanley no Brasil, Alessandro Zema.

"As empresas que estão pensando em fazer seus IPOs, que estão preparadas, têm tamanho, são pouquíssimas e estão querendo fazer no exterior para acessar um 'pool' de capital maior", afirmou o executivo em entrevista à Reuters no começo da semana.

"A realidade hoje é de que ocorram 'deals' de tamanhos maiores, e as empresas enxergam o mercado norte-americano neste momento mais propenso a suportar e precificar melhor essas ofertas", acrescentou, citando como uma das razões, além da liquidez maior, o cenário de queda da taxa de juros nos Estados Unidos.

O último IPO realizado por uma empresa brasileira foi o do Nubank, em agosto de 2021, que listou seus papéis em Nova York, encerrando um período prolífico de abertura de capital, que apenas naquele ano somou 46 operações, com a maioria das ofertas ocorrendo no Brasil, segundo registro da B3.

Em linha com a visão de Zema, esse jejum está para ser quebrado pela Moove, braço de lubrificantes da Cosan e que tem como acionista a firma europeia de private equity CVC Capital Partners, que lançou nessa semana seu IPO na Bolsa de Valores de Nova York.

Outro nome que também já circula na mídia e reforça a tese é o PicPay, que planeja seu IPO na norte-americana Nasdaq em 2025. O banco digital da holding J&F chegou a se preparar para um IPO na Nasdaq em 2021, mas desistiu da oferta em razão de condições adversas do mercado.

Na visão do CEO do Morgan Stanley, a participação proporcional dos estrangeiros nos próximos IPOs também deve ser maior do que a verificada no ciclo passado, em parte por causa do deslocamento de recursos de renda variável para renda fixa no mercado local, na esteira de juros mais elevados no país.

"Com essa migração, quando esse mercado retomar com força, não vamos ver mais aqueles livros de 70% de investidor doméstico, 80% de investidor doméstico... Não há mais um fluxo enorme de fundos de gestoras brasileiras para escrever cheques expressivos", observou.

CRÉDITO PRIVADO

Em contraposto aos IPOs, o segmento de dívida corporativa está "totalmente funcional" para empresas brasileiras, tanto no mercado local como no exterior, de acordo com o diretor da área de mercado de capitais e renda fixa do Morgan Stanley, Murilo Kuhl, avaliando que esse cenário tende a continuar.

"Não vejo o mercado de crédito global reduzindo o ritmo", afirmou. "Há uma atenção com o conflito no Oriente Médio e os riscos deste conflito escalar, e é claro com a eleição nos EUA, mas até o momento o mercado não vê estes eventos impactando a trajetória de juros nos EUA o que é fundamental para os investidores de renda fixa."

O executivo também destacou que o nível mais elevado da Selic por mais tempo é um atrativo para os investidores, mas alertou que esse movimento tem um limite até que comece a significar problemas de fluxo de caixa para empresas.

"Acredito que isso seja algo que os investidores irão acompanhar com bastante cuidado, principalmente depois de alguns eventos de crédito importantes que tivemos no Brasil nos últimos anos."

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