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Revisão do PIB de 2012 não ajuda na credibilidade do Brasil, diz S&P

2 dez 2013 - 17h35
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A confiança do investidor não vai melhorar caso a revisão do crescimento da economia em 2012 mostre um desempenho mais forte porque a credibilidade do País está desgastada por problemas fiscais, inflação elevada e falta de transparência, afirmou nesta segunda-feira a presidente no Brasil da agência de classificação de riscos Standard & Poor's, Regina Nunes.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga na terça-feira o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB, soma de todas as riquezas) do terceiro trimestre e as revisões de trimestres anteriores, com a inclusão de novas informações, entre elas, a pesquisa mensal de serviços.

A expectativa é que esse novo dado empurre o resultado de 2012 para cima. "Quando você (governo) não está surpreendendo positivamente, reavaliar nunca é bom. Quando você começa a discutir o passado para tentar cumprir as metas de hoje, isso é um problema", disse Regina. "O Brasil conta talvez com a menor credibilidade do investidor global, isso não é culpa do investidor, mas sim da falta de transparência. As discussões do passado num momento não muito bom gera um sentimento ruim", acrescentou ela.

A presidente Dilma Rousseff, em entrevista ao jornal El País, chegou a dizer que o crescimento do ano passado foi revisado para 1,5%, mais forte do que o 0,9% divulgado anteriormente. Mas depois o porta-voz da Presidência, Thomas Traumann, esclareceu que o dado é uma estimativa com base em estudos preliminares do Ministério da Fazenda.

A S&P classifica o País como BBB, mas a perspectiva da nota brasileira é negativa. "O Brasil é, sim, um país grau de investimento e a discussão hoje é se o Brasil é triplo B ou triplo B menos", declarou Nunes. A agência já informou que poderá esperar até a eleição presidencial do ano que vem para decidir se o rating será reduzido.

"O x da questão é o lado fiscal com uma inflação mais para o teto da banda (meta) (...) Isso não trás uma dinâmica positiva no longo prazo e levanta vários questionamentos", afirmou Nunes. A meta de inflação é de 4,5%, com tolerância de dois pontos percentuais, mas desde 2010 ela fica mais perto de 6,5% do que do centro.

"Hoje não se consegue colocar uma meta de fiscal e cumprir porque não se consegue fazer o país crescer devido a insuficiência de investimento e devido uma política anticíclica que já se esgotou", disse Regina.

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