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Revisões da Anfavea reforçam pessimismo sobre a economia

Anfavea reduziu a previsão de produção de veículos do Brasil em 2014 para queda de 10%, maior tombo na produção desde 1998

7 jul 2014 - 19h10
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<p>A ind&uacute;stria automobil&iacute;stica responde por cerca de 25% do PIB&nbsp;industrial</p>
A indústria automobilística responde por cerca de 25% do PIB industrial
Foto: Paulo Whitaker / Reuters

A drástica revisão para baixo das estimativas para o desempenho do setor automotivo reforça o cenário pessimista para a indústria e a economia brasileira neste ano, disseram analistas consultados pela Reuters nesta segunda-feira. Mas as novas estimativas da associação das montadoras de veículos (Anfavea) para a produção e venda de veículos em 2014 não devem levar os economistas a rever suas estimativas para o Produto Interno Bruto (PIB), uma vez que a previsão de um fraco desempenho do setor já tinha sido incorporada em seus cálculos.

A Anfavea reduziu nesta segunda-feira a previsão de produção de veículos do Brasil em 2014 para queda de 10%, maior tombo na produção desde 1998. A previsão anterior, publicada no início do ano, era de alta de 1,4%. "Eu duvido que alguém estivesse muito otimista para esse segmento neste ano", resumiu a economista-chefe da XP Investimentos, Zeina Latif, lembrando que as instituições financeiras costumam atualizar suas estimativas com frequência maior do que as próprias montadoras. A indústria automobilística responde por cerca de 25% do PIB industrial.

A projeção da Anfavea apenas reforça o que analistas já esperavam para o setor, que vem sinalizando fragilidade desde março. O economista-chefe da consultoria LCA, Bráulio Borges, já projetava contração de 8,5% no ano de 2014. "Essa revisão da Anfavea é mais uma adequação do que uma verdadeira mudança na perspectiva", afirmou.

Ainda assim, a projeção da associação reforça o quadro pessimista do setor automotivo neste ano e sustentam os temores de que isso afetará a atividade como um todo, apesar das medidas implementadas pelo governo para tentar estimular a indústria. O governo federal anunciou na semana passada a prorrogação até o fim de 2014 das alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre automóveis, que deveriam ter subido no início deste mês.

"Os números são significativos porque é um setor com cadeia bem longa que acaba influenciando o ciclo da atividade econômica", afirmou o economista-chefe da Austing Ratings, Alex Agostini. "Os dados Anfavea não mudam só reafirmam o cenário que não é nada favorável ao setor", emendou. Nesse quadro, economistas têm reduzido repetidamente suas projeções para a produção industrial e o crescimento econômico. Segundo a pesquisa Focus do Banco Central, a expectativa é que a economia brasileira cresça apenas 1,07% neste ano e a indústria feche o ano com recuo de 0,67%.

"Nós já vínhamos trabalhando com projeções menos otimistas para o setor automotivo e para a industria como um todo porque os dados de maio já vinham mostrando uma situação muito complicada", disse a economista-chefe da Rosenberg & Associados, Thais Zara, que prevê crescimento da economia de 1,4% e de estagnação da indústria neste ano.

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