Rio Grande do Sul estima R$ 14 bi de perda de arrecadação e reconstrução acima dos R$19 bi previstos
Eduardo Leite (PSDB) diz que, caso a perda de arrecadação não seja reposta, suspensão dos pagamentos da dívida só 'amortecerá' perdas
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), estimou nesta sexta-feira, 17, em R$ 14 bilhões a perda de arrecadação do Estado devido às enchentes que devastaram o local, e pediu ajuda do governo federal para recompor esse montante.
"Estudos preliminares da Secretária da Fazenda apontam a possibilidade de um impacto de cerca de R$ 14 bilhões na arrecadação do Estado", disse Leite em entrevista coletiva em Porto Alegre, acrescentando que a estimativa ainda é "prematura".
O governador afirmou ainda que, caso a perda de arrecadação não seja reposta, a suspensão dos pagamentos da dívida do Estado com a União pelos próximos três anos -- conforme sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva -- servirá apenas para "amortecer" as perdas, e não como caixa livre para o Rio Grande do Sul investir em sua reconstrução.
Segundo Leite, o custo de reconstrução do Rio Grande do Sul superará os R$ 19 bilhões estimados inicialmente.
"Esses R$ 19 bilhões preliminarmente apresentados nós já sabemos que será bastante maior. Estávamos olhando especificamente para equipamentos públicos afetados, rodovias, algo de infraestrutura privada", disse.
"Quando a gente pega todo o impacto econômico, parques industriais, cadeias produtivas afetadas, as necessidades de programas emergenciais... a gente sabe que vai um valor muito maior do que esse", afirmou.
O governandor indicou que a apresentação de uma nova estimativa para o custo da reconstrução só ocorrerá quando todas as perdas estiverem bem apuradas.
O número de mortes confirmadas em decorrência das enchentes que devastaram o Rio Grande do Sul subiu para 154, informou a Defesa Civil estadual, acrescentando que as equipes de resgate ainda procuram por 98 pessoas desaparecidas.
De acordo com o balanço da Defesa Civil gaúcha, mais de 2,2 milhões de pessoas em 461 dos 497 municípios do Estado foram afetadas pelas fortes chuvas das últimas semanas. O desastre, a maior tragédia climática da história do Estado, também deixou mais de 540 mil pessoas desalojadas e 806 feridas.