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Ritmo de formação de profissionais não dá conta da demanda

Para 70 mil postos abertos por ano, há 46 mil novos formados em cursos superiores, mostra estudo

5 set 2021 - 17h07
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RIO. O macrossetor de tecnologia da informação e comunicação (TIC, que inclui serviços de telecomunicações, área de tecnologia de empresas de outros setores e a indústria fabricante de equipamentos) pode empregar menos do que outras atividades, como construção civil, comércio ou serviços em geral (bares, restaurante e salões de beleza, entre outros), mas tem perspectiva de abertura de oportunidades nos próximos anos.

Estudo de 2019 da Brasscom, associação empresarial do setor, estima que, desde aquele ano até 2024, serão gerados em torno de 420 mil novos postos de emprego nessas atividades, uma média simples de 70 mil ao ano. Só que os cursos superiores voltados para a área (como análise de sistemas e engenharia da computação) formam 46 mil alunos por ano, o que fomenta a disputa das empresas pelos melhores profissionais.

"Todos os altos executivos dizem que não contratam mais porque não há profissionais talentosos disponíveis. Não é um apagão de mão de obra, mas é um estresse", diz o presidente da Brasscom, Sérgio Gallindo.

Segundo o representante do setor, a oferta de profissionais, aparentemente, tem sido suprida por trabalhadores formados em outras áreas que buscam cursos e treinamento para se especializar em tecnologia da informação. Diversas empresas do setor relatam investimentos em treinamento. A Locaweb, por exemplo, vai criar uma unidade para cuidar do assunto.

"Tem uma quantidade enorme de vagas em aberto com um tempo de preenchimento maior do que gostaríamos", afirma o presidente da Totvs, Dennis Herszkowicz.

Conforme cálculos da Brasscom com dados oficiais de emprego monitorados pelo governo federal, em maio o salário médio do setor TIC era de R$ 4.047 por mês, o dobro da média nacional, de R$ 1.968.

Executivos do setor cobram uma melhora geral no sistema de ensino do País, com destaque para o reforço no currículo voltado para tecnologia, mas, para Gallindo, da Brasscom, é possível avançar com medidas pontuais. Os cursos universitários, por exemplo, podem ajustar seus currículos para atender às necessidades das empresas e um reforço nas políticas de financiamento ao ensino superior poderia reduzir a desistência ao longo da graduação.

Estadão
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