Rombo bilionário na Americanas (AMER3) prejudicará os clientes? Procon notifica varejista
Em um novo capítulo do rombo bilionário da Americanas (AMER3), o Procon do Estado de São Paulo notificou a varejista para apurar se os consumidores serão afetados pelas "inconsistências contábeis" reveladas pela empresa.
De acordo com o órgão responsável pela defesa do consumidor, a companhia tem até o dia 17 de janeiro para explicar se as compras efetuadas pelo público podem ficar comprometidas e quantas pessoas serão afetadas pelo caso.
Além disso, o comando da Americanas deverá esclarecer se as reclamações registradas no Procon nos últimos 90 dias estão relacionadas com as "inconsistências contábeis". Se estiverem, o órgão quer saber qual será o plano de ação da varejista para solucionar o caso.
"No ano passado, o grupo teve quase 9,5 mil queixas registradas por consumidores que tiveram problemas com suas compras", comentou o Procon em comunicado enviado à imprensa.
O Suno Notícias entrou em contato com a varejista, mas não obteve retorno até a publicação da reportagem.
Americanas vai falir? Entenda o caso
Em fato relevante divulgado na quarta (11), a Americanas disse que detectou inconsistências nos lançamentos contáveis estimadas no total de R$ 20 bilhões, com data-base em 30/09/2022. O montante apontado é maior que o valor de mercado da própria varejista na Bolsa, que até então era de R$ 10 bilhões.
Sergio Rial, que havia assumido o comando da varejista no início do ano, pediu demissão do cargo com menos de dez dias de trabalho e decidiu que irá assessorar os acionistas de referência da empresa (3G Capital) na solução do caso.
No entanto, o rombo caiu como uma bomba no mercado e, na quinta (12), a empresa viu R$ 8,37 bilhões do seu valor de mercado virarem pó e encolheu 77,33% na bolsa de valores. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) abriu três processos para apurar o rombo da Americanas.
Segundo o jornal Valor Econômico, a varejista estuda uma solução rápida para conseguir cobrir esse rombo e uma das possibilidades é uma oferta subsequente de ações (follow-on) com a garantia de compra de Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, do 3G Capital.
A decisão deve ser tomada nesta sexta (13). Na apresentação ao mercado, Rial evidenciou que a Americanas precisará do aporte de "alguns bilhões".