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Rui Costa cita 'intervenção' para baratear alimentos, e Casa Civil diz que uso do termo é inadequado

Fala de ministro gerou repercussão e questionamentos sobre que tipo de intervenção deve ser tomada pelo governo após cobrança de Lula; em nota, pasta substituiu o termo por 'ações'

22 jan 2025 - 17h14
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BRASÍLIA - A Casa Civil negou nesta quarta-feira, 22, que esteja em discussão uma "intervenção de forma artificial" para reduzir os preços dos alimentos. O posicionamento ocorreu após o chefe da pasta, Rui Costa, ter falado pela manhã que terá conversas com ministérios "para buscar conjunto de intervenções que sinalizem para o barateamento dos alimentos".

"A Casa Civil informa que não está em discussão intervenção de forma artificial para reduzir preço dos alimentos. O governo irá discutir com os ministérios e produtores de alimentos as medidas que poderão ser implementadas", afirmou a assessoria da pasta em nota ao Estadão/Broadcast. "Ainda não é possível avançar no detalhamento de tais medidas antes da realização das reuniões que irão tratar do assunto."

Costa participou nesta quarta de entrevista ao programa "Bom Dia, Ministro", do CanalGov, veículo institucional do governo federal, e disse que teria conversas com os ministérios da Agricultura, do Desenvolvimento Agrário e da Fazenda "para buscar conjunto de intervenções que sinalizem para o barateamento dos alimentos".

"A princípio, nós vamos fazer algumas reuniões com o ministro da Agricultura, o ministro do Desenvolvimento Rural (Agrário), que pega as pequenas propriedades, o MDA (Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar), e o Ministério da Fazenda para a gente buscar conjunto de intervenções que sinalizem para o barateamento dos alimentos", disse Rui Costa na ocasião.

A fala do ministro gerou repercussão e questionamentos sobre que tipo de intervenção deve ser tomada. O governo, porém, nega tal ação e admite que o ministro usou a palavra inadequadamente.

Após a entrevista, a Casa Civil divulgou uma nota com os principais pontos da entrevista. Na publicação, porém, o ministério altera a fala, substituindo o termo "intervenções" por "ações". "Vamos fazer algumas reuniões, com os ministérios da Agricultura, do Desenvolvimento Agrário, da Fazenda, para buscar um conjunto de ações que sinalizem para o barateamento dos alimentos", diz a publicação, em referência ao que o ministro teria falado.

Nesta semana, Lula cobrou os ministros da Agricultura, Carlos Fávaro, e do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, pela redução no preço dos alimentos. A reclamação sobre a alta dos produtos foi feita na reunião ministerial que ocorreu na segunda-feira, 20.

Segundo integrantes que participaram do encontro, Teixeira respondeu à cobrança do chefe do Executivo dizendo que o Ministério da Agricultura, o MDA, o Ministério do Desenvolvimento Social e o Ministério da Fazenda têm um grupo para discutir a alta do preço dos alimentos. Segundo o ministro, até o fim do ano, deve ser feito um parecer sobre o tema e proposta uma solução. Lula, porém, não se contentou com a resposta e disse que o governo precisa pensar em uma resposta imediata e resolver logo a situação.

A cobrança de Lula ocorre em meio à inflação resistente dos alimentos, observada em 2024 e que deve persistir neste ano. Carnes, açúcar e café devem pressionar a inflação dos alimentos, enquanto a maior safra de grãos pode aliviar o movimento inflacionário.

Estadão
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