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Rui Costa nega crise na Petrobras após decisão sobre dividendos extraordinários

21 mar 2024 - 09h00
(atualizado às 10h06)
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O ministro da Casa Civil, Rui Costa, disse nesta quinta-feira que não enxerga uma crise na Petrobras em torno da decisão do conselho da empresa neste mês de reter os recursos disponíveis para dividendos extraordinários, criticando a tentativa de se criar uma instabilidade "artificial" na estatal.

"Eu quero me mostrar perplexo com o que muitos veículos de imprensa chamam de crise na Petrobras... Eu não vejo crise alguma, acho que isso é um negócio absolutamente artificial", disse o ministro em entrevista ao programa "Bom Dia, Ministro", do CanalGov.

Costa exaltou o fato de a Petrobras ter registrado o seu segundo maior lucro líquido da história no ano passado, apesar da queda em relação ao ano anterior, e defendeu a decisão do conselho em não distribuir dividendos extraordinários como uma forma de defender a empresa.

Ele também ironizou o fato de participantes do mercado financeiro cobrarem "de forma legítima e correta" mais previsibilidade e segurança jurídica do governo mas criticarem a decisão do conselho da Petrobras, que já estaria prevista em regras estabelecidas no ano passado sobre a mudança na política de dividendos da empresa.

"A forma, os critérios e a regra da divisão de dividendos foi definida no início do ano passado... isso se chama previsibilidade. Divulgou e cumpriu", afirmou.

No início neste mês, o conselho da Petrobras decidiu reter 100% dos cerca de 44 bilhões de reais possíveis de dividendos extraordinários, referente ao exercício de 2023, em uma reserva estatutária recém-criada pela companhia.

Na reunião do conselho, o colegiado aprovou apenas a remuneração ordinária, no montante de 14,2 bilhões de reais, referente ao quarto trimestre, somando dividendos totais do exercício de 2023 de 72,4 bilhões de reais.

A Petrobras chegou a perder mais de 55 bilhões de reais em valor de mercado após frustar investidores ao não anunciar os dividendos extras com a divulgação do resultado trimestral.

No ano de 2023, o lucro líquido da Petrobras caiu 33,8% ante o recorde registrado no ano anterior, para 124,6 bilhões de reais, diante de um recuo de 18% do valor do petróleo tipo Brent. Apesar da queda, o montante foi o segundo mais alto da história da companhia.

COMUNICAÇÃO DO GOVERNO

Na entrevista, Costa reconheceu que a comunicação do governo com a população "sempre pode e deve melhorar", mas ponderou que a maior diversidade de meios comunicacionais existentes na atualidade dificultou o processo de divulgação das atividades do Estado.

"A comunicação hoje é mais difícil de ser feita do que era talvez há trinta anos atrás. Há uma diversidade maior dos veículos e das formas das pessoas acessarem a comunicação", disse o ministro.

Ele afirmou que o governo precisa preencher "as várias lacunas" de acesso à comunicação que surgiram com o desenvolvimento das redes sociais e indicou que é uma cobrança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que os ministérios informem as ações do governo.

"Toda a pessoa pública tem a obrigação e o dever de estar informando a população sobre o que está fazendo."

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