Santander tem lucro de R$ 4,34 bi no 3º trimestre, com alta de 12,5%
Carteira de crédito ampliada do Santander chegou a R$ 526,488 bilhões, alta de 13,1% na comparação anual
O Santander Brasil teve lucro líquido gerencial (que desconsidera o ágio de aquisições) de R$ 4,340 bilhões no terceiro trimestre de 2021, alta de 12,5% em um ano e de 4,1% em um trimestre, de acordo com resultados publicados pelo banco nesta quarta-feira, 27.
A carteira de crédito ampliada do Santander chegou a R$ 526,488 bilhões, alta de 13,1% na comparação anual. Em relação ao segundo trimestre, houve alta de 3,2%. Em um ano, o crédito para pessoas físicas cresceu 21,3% e para pequenas e médias empresas subiram 17,3%.
A inadimplência medida por atrasos acima de 90 dias foi de 2,4%, alta de 0,2 ponto porcentual em um trimestre, e de 0,4 ponto no espaço de um ano. Segundo o Santander, a alta pode ser atribuída ao crescimento da carteira de crédito e às mudanças no mix de produtos.
O Santander atingiu rentabilidade, medida pelo retorno sobre o patrimônio líquido médio (ROE, na sigla em inglês), de 22,4% no terceiro trimestre, recorde da operação brasileira do banco espanhol. Em um ano, a rentabilidade avançou 1,4 ponto porcentual, e em um trimestre, 0,8 ponto.
No informe de resultados enviado pelo Santander à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o diretor financeiro do banco, Angel Santodomingo, afirmou que a evolução da base de clientes foi a principal alavanca do crescimento da rentabilidade. "Mantivemos o crescimento anual de duplo dígito em nossa carteira de crédito, com destaque para maior dinâmica de varejo", disse.
O CEO do banco, Sérgio Rial, que deixa o cargo em janeiro, comemorou o resultado. "Aqui no Santander, dizemos que 'O Resultado Fala Mais Alto', e foi com esse sentimento que trabalhamos no terceiro trimestre de 2021 para alcançarmos a melhor rentabilidade da nossa história", afirmou.
Os ativos totais do banco ficaram em R$ 970,041 bilhões ao final do terceiro trimestre, uma queda de 1,2% em base anual. Ante o segundo trimestre, entretanto, houve crescimento de 3,1%.
Segundo o Santander, a queda anual nos ativos totais é resultado do recuo na carteira de câmbio. No trimestre, porém, a alta foi impulsionada pelo aumento do saldo de títulos e valores mobiliários, além de outros créditos.
Proteção contra inadimplência
No terceiro trimestre, o Santander Brasil teve aumento de 27,8% nas despesas com provisão para créditos duvidosos, as chamadas PDDs, para R$ 4,798 bilhões. Em um trimestre, houve alta de 17,8%.
O banco afirma que o aumento é resultado dos maiores volumes de crédito - em um ano, a carteira do Santander subiu 13,3%, puxada pelas concessões para pessoas físicas.
Em 2020, ano em que os grandes bancos brasileiros reforçaram seu colchão contra calotes diante do impacto da pandemia da covid-19 sobre a economia, o Santander Brasil só fez provisões extras no segundo trimestre, quando as despesas brutas com provisões chegaram a R$ 7,245 bilhões, R$ 3,2 bilhões deles a título de provisão adicional relacionada ao cenário pandêmico. No terceiro trimestre do ano passado, as despesas foram de R$ 3,754 bilhões.
Resultado do Brasil é destaque no grupo
De janeiro a setembro, o Brasil foi o segundo maior gerador de resultados para o Grupo Santander, ligeiramente atrás dos Estados Unidos. De acordo com documento publicado pela matriz espanhola nesta quarta-feira, o lucro líquido atribuído ao controlador no País chegou a 1,762 bilhão de euros no período, alta de 29% em um ano.
A operação americana, entretanto, teve crescimento ainda maior: o lucro expandiu-se 305% no mesmo intervalo, chegando a 1,788 bilhão de euros. Nos EUA, as provisões contra inadimplência caíram 79%, graças à melhoria da economia americana após o baque da covid-19.
No Brasil, o Grupo Santander destaca que as provisões caíram 10% em um ano, diante da base de comparação mais alta - no segundo trimestre do ano passado, o Santander Brasil fez provisões extras para um possível aumento acima do esperado dos calotes causado pela pandemia.
Ao todo, a América do Sul foi responsável por 30% do lucro líquido atribuído ao grupo, a maior fatia entre todas as regiões. América do Norte e Europa responderam por 29% do total cada.