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Sem contingenciamento, vou para impeachment, diz Bolsonaro

Ao iniciar seu discurso no evento, Bolsonaro afirmou que o país inteiro, inclusive os Estados e municípios, ainda enfrentam dificuldades

31 jul 2019 - 14h22
(atualizado às 14h27)
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ANÁPOLIS - O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira, 31, estar trabalhando para aumentar a confiança do setor privado no país e, assim, expandir investimentos e melhorar a economia. Ele participou nesta manhã da assinatura do contrato de concessão dos trechos central e sul da Ferrovia Norte-Sul, em Anápolis, Goiás. A empresa Rumo Logística, maior operadora logística com base ferroviária independente do Brasil, fará a operação.

Ao iniciar seu discurso no evento, Bolsonaro afirmou que o país inteiro, inclusive os Estados e municípios, ainda enfrentam dificuldades econômicas. "Nós, chefes do Executivo federal e dos executivos estaduais, estamos nessa saparia na lagoa respirando por um canudinho de junco", disse.

Presidente Jair Bolsonaro durante evento no Palácio do Planalto
Presidente Jair Bolsonaro durante evento no Palácio do Planalto
Foto: Adriano Machado / Reuters

Ele justificou que o contingenciamento determinado aos ministérios da Educação e da Cidadania nesta quarta-feira são necessários, voltou a repetir que, se não fizesse isso, poderia sofrer impeachment e disse que pegou o país quebrado.

Mais cedo, quando deixou o Palácio da Alvorada, em Brasília, para a viagem, ele afirmou não ser adepto do contingenciamento, mas que "entre a crítica e o impeachment, fico com o contingenciamento", disse.

Na terça-feira, 30, à noite, o governo publicou edição extra no Diário Oficial da União na qual distribui entres órgãos do Executivo o contingenciamento de R$ 1,4 bilhão anunciado semana passada.

O presidente ressaltou também que a confiança entre os setores é importante para fazer com que o Brasil "dê certo". "Maior prova de que o Brasil pode dar certo é a confiança entre nós, eu confio em cada um dos 22 ministros que indiquei, são pessoas maravilhosas. Ninguém teve os ministros que eu tenho no momento, que querem buscar soluções para o país", disse.

Aos empresários, Bolsonaro afirmou que eles estão acreditando no Brasil. "Essa obra aqui não é para empreiteiros, é para empreendedores.", disse. O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, afirmou que o governo está fazendo uma "revolução ferroviária" no país e que pretende continuar investindo, por meio de parcerias privadas, cada vez mais no setor.

A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, ressaltou que a concessão dos trechos da ferrovia Norte-Sul será importante para resolver o gargalo da logística agropecuária do país. De acordo com ela, 40% do custo do produção brasileira está ligada à logística de distribuição e transporte.

O objetivo da ferrovia é que ela escoe a produção industrial de São Paulo para a região Centro-Oeste e transporte grãos do Tocantins, Goiás e Mato Grosso ao porto de Santos, para exportação.

A Rumo Logística venceu a disputa do trecho que vai de Porto Nacional (TO) até Estrela D'Oeste (SP) em leilão que foi realizado em 28 de março pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). A empresa ofereceu R$ 2,7 bilhões pela concessão.

Estados Unidos. Durante o evento, Bolsonaro também afirmou ter ficado feliz com o comentário do presidente norte-americano Donald Trump, que elogiou na terça-feira o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) pela indicação a embaixada do Brasil em seu país. Segundo o presidente, o seu filho está habilitado para representar o seu país, mas fez a ressalva de que seu nome ainda precisa ser aprovado pelo Senado.

"Estive com Trump e nos interessa cada vez mais nos aproximar de grandes economias. A confiança (na gente) faz o Trump dar essas declarações", disse.

O presidente também afirmou estar "feliz" com o presidente da Bolívia, Evo Morales, por ele ter extraditado o italiano Cesare Battisti, acusado de cometer crimes de terrorismo, e por não ter participado da reunião do Foro de São Paulo, grupo que reúne os principais partidos de esquerda da América Latina e do Caribe, realizada na semana passada na Venezuela.

"Fiquei feliz com o Evo Morales que há pouco entregou o Battisti para a Itália, que era um símbolo da esquerda no Brasil. Também não participou do Foro de São Paulo, esse grupo que cada vez mais nos unia e nos transformava em iguais por baixo, além de buscar em última instância cassar a nossa liberdade. Ele (Evo) é um dos que estão aí na velha guarda da esquerda do Brasil, mas está evoluindo", disse.

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