Secretária executiva da Fazenda é cotada para presidência da Caixa
Ana Paula Vescovi já bateu de frente com o comando do banco para promover mudanças nas vice-presidências e cargos de direção
BRASÍLIA - O nome da secretária executiva do Ministério da Fazenda, Ana Paula Vescovi, está sendo aventado para a presidência da Caixa Econômica Federal, segundo apurou o Estadão/Broadcast.
Considerada linha dura, Vescovi é presidente do conselho de administração da Caixa, onde bateu de frente com o comando do banco para promover mudanças profundas nas vice-presidências e cargos de direção.
O secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, também é cotado para permanecer no governo, mas ainda não foi convidado formalmente, segundo fontes. O futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, tem conversado com muitas pessoas para formar a sua equipe e, segundo interlocutores, está com o "pé no chão", mas ainda não há decisão.
Na conversa de terça-feira de Guedes com o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, não houve convite formal. A conversa girou sobre temas fiscais e da Fazenda e problemas que ainda preocupam a atual equipe econômica, como a agenda de reformas, principalmente a da Previdência.
O Ministério Fazenda fez o Livro Branco da transição e a parte do Tesouro é um capítulo de 90 páginas. Em uma das seções, o Tesouro levantou riscos fiscais que precisam ser acompanhados e mudanças institucionais que podem ser importantes.
Mansueto deverá participar nesta quinta-feira de uma reunião de transição sobre a pauta fiscal. Paulo Guedes está conversando também com pessoas do governo para organizar a transição e as reuniões da equipe.
O futuro ministro delineou na reunião com Guardia um plano de voo com ideias ousadas, mas consideradas positivas pela Fazenda. Guedes tem o foco de manter o teto de gastos e fazer o ajuste fiscal pelo lado da despesa, o que exigirá aprovação da reforma da Previdência.
As mudanças institucionais com a junção dos ministérios da Indústria, Fazenda e Planejamento foram temas da reunião. A aposta é que trazer MDIC para a área de economia pode facilitar a coordenação da agenda macroeconômica com a agenda micro e de maior integração comercial. Nesse caso, o ganho maior aqui não é redução de custo, mas sim maior organicidade e melhor coordenação.
No governo, por exemplo, gastou-se muito tempo para reduzir conteúdo local e algumas batalhas foram perdidas com o MDIC devido esse descasamento entre a área econômica e a sua pauta setorial. Isso agora deve diminuir porque, ao final, miinistro da Economia vai tomar a decisão.