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Secretário de Desenvolvimento Energético defende usina a gás

Reive Barros afirmou que o Brasil precisa explorar mais o potencial hidrelétrico

18 jan 2019 - 14h18
(atualizado às 15h46)
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O novo secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia, Reive Barros, defendeu em entrevista à Reuters que o Brasil precisa explorar mais seu potencial hidrelétrico e a geração de energia em térmicas a gás natural.

Nomeado para o cargo na quinta-feira, ele disse que as dificuldades ambientais enfrentadas para a viabilização de novos projetos hídricos no país podem ser superadas com uma maior interação junto aos órgãos ambientais e com o aproveitamento do potencial das regiões Sudeste e Centro-Oeste.

Obras na usina hidrelétrica de Santo Antônio em Porto Velho
03/09/2015 REUTERS/Nacho Doce
Obras na usina hidrelétrica de Santo Antônio em Porto Velho 03/09/2015 REUTERS/Nacho Doce
Foto: Reuters

A visão de Barros, caso implementada no planejamento do setor elétrico, representaria uma mudança frente principalmente à política defendida nos governos dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, que priorizaram a construção de grandes hidrelétricas na Amazônia.

"Temos um potencial (a ser aproveitado) de 15 gigawatts (GW) para médias usinas que vão de 50 megawatts (MW) a 200 MW (em capacidade instalada) que são importantes serem exploradas, pelo preço competitivo e por estarem em cima do centro de carga do país", disse Barros à Reuters.

"(No passado) optou-se por hidrelétricas mais distantes, com impacto ambiental", acrescentou ele.

O secretário também defendeu que é preciso "rediscutir" a construção de hidrelétricas com reservatórios no país, após a priorização no passado recente de usinas chamadas "a fio d'água", que não necessitam da implementação de grandes lagos, mas não possuem capacidade de armazenamento.

Ele também afirmou que "uma das metas é explorar mais a geração térmica a gás", com essa fonte substituindo usinas mais caras, movidas a óleo.

Antes da nomeação para o ministério, Barros estava à frente da estatal Empresa de Pesquisa Energética (EPE), onde foi um dos principais defensores de um projeto do governo Temer de realizar um leilão para a contratação de novas usinas a gás.

A proposta gerou alguma polêmica, com especialistas incluindo o diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Luiz Eduardo Barata, pedindo mais estudos antes da licitação.

"Com a combinação entre a exploração de hidrelétricas e 'substituição' de térmicas a óleo por usinas a gás, pode ajudar na redução da tarifa de energia para o consumidor", apontou Barros.

O secretário disse ainda que, à frente da pasta, pretende "revisitar" os modelos utilizados no planejamento energético do país, uma vez que a oferta estaria apertada frente à demanda.

"É preciso ter uma oferta de energia suficiente para você passar o ano de forma estável... O desafio é assegurar uma oferta de energia para atender à demanda. É preciso revisitar esses modelos e se preparar para ampliar a oferta de energia", afirmou.

Barros foi nomeado para a secretaria de Planejamento na quinta-feira. Ele substituirá Eduardo Azevedo, que estava no cargo desde 2016.

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