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Selic: veja as reações de diferentes setores ao aumento da taxa básica de juros

Para representantes de diferentes setores, o governo federal precisa adotar uma postura mais rígida sobre a inflação

30 jan 2025 - 10h21
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Foto: José Cruz/Agência Brasil

A alta de um ponto percentual na taxa Selic, para 13,25% ao ano, já era aguardada pelo mercado financeiro. Apesar disso, os representantes de diferentes setores da economia concordam que, por si só, a elevação da taxa básica de juros não é suficiente para frear a inflação, precisando que o governo federal também tome medidas para conter o aquecimento econômico.

“Esse movimento [de aumento da Selic] faz parte de esforços para combater a inflação persistente, mas acaba por impor desafios significativos ao setor produtivo e ao consumo interno”, explica Márcio Saito, CFO da Entrepay. 

Ele cita a indústria como um dos setores mais afetados, por ainda sofrer com pressões cambiais. Por outro lado, para investidores, esse é o momento de focar nas opções de renda fixa, que estão mais atrativas e apresentam menos riscos. 

“Outro ponto interessante é que a alta dos juros aumenta o apelo do Brasil para investidores estrangeiros em busca de retorno elevado, mas a instabilidade econômica global e os desafios internos podem limitar esse fluxo. Para o país, o desafio é transformar a atratividade dos juros altos em uma oportunidade sustentável de crescimento econômico”, complementa Saito.

Em 1ª reunião com Galípolo, Banco Central eleva Selic em 1 ponto; juros vão a 13,25%:

A Confederação Nacional da Indústria (CNI), assim como a Associação Paulista de Supermercados (Apas), se posicionaram de forma contrária ao aumento da taxa de juros. Para Felipe Queiroz, economista-chefe da Apas, o Copom “poderia adotar uma posição mais cautelosa em relação ao ciclo de alta da taxa de juros e não prejudicar a produção e o consumo domésticos com mais um choque de alta na Selic".

A CNI considera que a atividade econômica já está em desaceleração e, por isso, a elevação dos juros teria sido “injustificada”. 

“Em novembro de 2024, a produção industrial caiu 0,6% em relação ao mês anterior, sendo o segundo mês consecutivo de queda. Ainda, a queda no volume vendido no varejo foi de 1,8% em novembro de 2024, revertendo o crescimento que havia sido registrado em outubro. Já nos serviços, houve recuo de 0,9% em novembro, praticamente anulando a alta que tinha sido obtida em outubro. Diante disso, fica evidente que o aumento representa mais custos financeiros para as empresas e os consumidores, e perda adicional e desnecessária de emprego e renda”, afirma comunicado da confederação. 

Por outro lado, o planejador financeiro CFP pela Planejar, José Faria Júnior, considera que o Copom busca esfriar a economia, mas é preciso mais medidas por parte do governo federal. Ele criticou o anúncio do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de ampliação do crédito consignado a trabalhadores com carteira assinada.

“Essa medida vai na contramão do aperto monetário, já que injeta mais dinheiro na economia, dificultando o controle da inflação”, afirma. 

As projeções de inflação do Copom aumentaram em todo o horizonte. A estimativa para 2025 subiu de 4,5% para 5,2%, já acima do teto da meta, de 4,50%. “Diante desse cenário, a Selic deve continuar subindo, mas o impacto dessa política tem limites”, diz o planejador.

“Enquanto isso, o governo segue adotando medidas que ampliam o crédito e estimulam a economia, tornando ainda mais difícil a tarefa do Banco Central. Com a inflação em alta e o custo da dívida pública subindo, o BC pode chegar a um ponto em que novos aumentos de juros terão pouco efeito prático. Afinal, elevar a Selic para patamares como 20% poderia levar o país a uma recessão severa”, complementa.

Fonte: Redação Terra
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