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Sem Brexit, Reino Unido terá recessão, diz economista

Estrategista-chefe para juros e economia acredita que será um ano difícil, mas longe da recessão profunda de 2008

15 nov 2018 - 10h02
(atualizado às 13h09)
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O pior cenário para a economia do Reino Unido é entrar em recessão em 2019 se um acordo do Brexit (saída dos britânicos da União Europeia) não for efetivado, na avaliação do estrategista-chefe para juros e economia para o Reino Unido do UBS Investment Bank, John Wraith. "Num cenário de não acordo, o país vai passar por uma recessão no ano que vem. Não será uma recessão profunda, como a que foi consequência de 2008 (crise financeira internacional), mas será difícil e os bancos passarão por testes de estresse", disse a jornalistas durante café da manhã para apresentar os cenários da instituição para o ano que vem.

Pelos cálculos do economista, do plebiscito de junho de 2016, o Reino Unido perdeu 2% de seu Produto Interno Bruto (PIB). Outros 8% de perdas poderão ser contabilizados no caso de um no-deal, de acordo com ele, totalizando uma queda para a atividade do país de 10%. "É um número grande, mas é um grande problema também", comparou.

Manifestantes pró e contra o Brexit em frente às Casas do Parlamento em Londres, no Reino Unido
13/11/2018
REUTERS/Toby Melville
Manifestantes pró e contra o Brexit em frente às Casas do Parlamento em Londres, no Reino Unido 13/11/2018 REUTERS/Toby Melville
Foto: Reuters

A situação não será tão ruim, de acordo com Wraith, porque o déficit britânico está sob controle. Ele acredita que poderá haver implicações políticas e logísticas que terão impacto negativo para o país, mas em termos econômicos não será uma queda tão profunda. Isso porque, em um cenário como esse, a libra tende a cair e passa a gerar outros estímulos para a economia local.

O estrategista explicou que esse cenário é o mais radical da instituição e que não foi feita uma projeção em relação à possibilidade de ele ser concretizado. "Estamos convencidos agora de que será um soft Brexit", explicou, usando o termo para uma transição suave da separação do Reino Unido com o bloco comum. Questionado sobre o que poderia ocorrer para que o UBS viesse a incorporar esse cenário como o principal, ele parou para pensar e ainda mostrou dúvidas. "O que pode ser fato para mudar o nosso cenário? Eu realmente não sei, acho que só quando uma coisa realmente acontecer...", disse. Num movimento de choque extremo, Wraith também previu que a relação do euro/libra poderia chegar a 1,30. Nesta manhã, quando há uma alta de quase 2% da moeda única em relação à britânica, a relação é de 0,8835.

Foi durante a coletiva de imprensa que os presentes - diretoria do UBS e jornalistas - souberam das primeiras renúncias do governo um dia após a cúpula da administração de Theresa May ter aprovado o acordo do Brexit fechado previamente em nível técnico. "Dominic acabou de renunciar e o mercado acaba de reagir", salientou o economista, citando o pedido de demissão do ministro do Brexit, Dominic Raab. Até o momento, quatro membros já deixaram o governo.

Para o estrategista para o Reino Unido do UBS, a economia do país tem mostrado resiliência em meio à grande turbulência pela qual tem passado com o divórcio da União Europeia. "Neste ponto, estamos particularmente felizes com o acordo. Se isso acontecer (o acordo for aprovado), haverá um início do período de transição, que pode chegar até 2021. Haverá um período em que esperamos que a confiança, o sentimento, os investimentos vão se recuperar a partir do segundo semestre de 2019", citou, acrescentando que números de desempregos baixos, produtividade baixa e juros baixos são ingredientes para que se acelere economia. "Devemos dar uma virada", previu.

As projeções do UBS apresentadas hoje contemplam uma aceleração do PIB britânico de 1,2% em 2018 para 1,8% no ano que vem. Para 2020, no entanto, é considerada uma desaceleração de 1,3% da atividade. O banco também projeta que a inflação ao consumidor ficará um pouco abaixo de 2% no próximo ano com a valorização da libra e com a inflação doméstica subjacente, antes de reacelerar em 2020. "A economia se comportou melhor do que o imaginado em 2018, depois de um primeiro trimestre muito fraco", avaliou.

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