Sem dinheiro, ele se inspirou na mãe e criou negócio de R$ 4 mi
Por sua vez, a mãe, que era faxineira num hospital, foi estudar enfermagem após o filho ficar internado
A história entre Rafael Schinoff e a mãe Nice ultrapassou os laços maternos quando a então faxineira de um hospital em Porto Alegre se confrontou com um dos maiores desafios para uma genitora: ver o filho internado com um grave problema respiratório ir a óbito por três minutos até ser reanimado pela equipe médica.
Com uma vivência que chegou aos piores limites, a mulher não pensou duas vezes quando o mesmo hospital ofereceu uma oportunidade aos funcionários de serviços gerais estudarem enfermagem. Pensando no filho e como poderia ajudá-lo em crises alérgicas, lançou-se ao desafio e, apaixonada pela nova profissão, nunca mais deixou a carreira.
O que ninguém poderia imaginar é que, em 2006, 33 anos depois, Rafael criaria uma empresa inspirada na mãe e que, ao longo de 17 anos, a transformaria em uma rede de franquias com 55 unidades comercializadas pelo Brasil e um faturamento que deve chegar este ano em R$ 5 milhões.
Um começo muito difícil
Aos 33 anos, após oito meses de desemprego, Schinoff deu vida a Padrão Enfermagem dentro do quarto onde dormia. Sem muitas perspectivas de se realocar no mercado de trabalho, já sem reserva financeira e precisando acionar o limite do cheque especial, o rapaz viu um nicho ainda pouco explorado.
Pensando na mãe, criou uma empresa que intermedia a mão de obra de prestadores de serviços de enfermagem, oferecendo qualidade e todo respaldo jurídico para os profissionais e clientes.
Assim como dona Nice e tantos outros faziam para achar os empregos, começou anunciando na seção de classificados do jornal para cadastrar as pessoas. A ideia parecia ótima, mas estagnou por uma questão prática: o mercado já estava acostumado à informalidade e foi difícil quebrar a barreira para se posicionar como uma empresa que ia além de conectar as pontas, mas sobretudo que facilitaria a contratação e garantiria uma negociação mais tranquila entre as partes.
Uma ajuda providencial
Com oito meses de sufoco e na iminência de desistir, Rafael ouviu do amigo Alexandre Teixeira uma proposta irrecusável: ele alugaria um imóvel para o novato empresário receber os clientes e dar um ar mais profissional ao negócio. Com a ajuda, a Padrão Enfermagem deslanchou e, em pouco tempo, conquistou mais de 40 clientes e 150 profissionais cadastrados em sua base. Crescendo cada vez mais, o mesmo amigo deu uma nova ideia: abrir uma filial.
Com um tio doente no Rio de Janeiro, ofereceu para a tia a possibilidade de abrir na capital fluminense a segunda unidade e suprir uma carência que ela mesma tinha. Mas os constantes estranhamentos com a parente e sem condições de operar a distância, Schinoff fechou a filial.
Ainda vendo o potencial que a Padrão Enfermagem tinha, Alexandre deu o terceiro conselho ao amigo: pesquisar o sistema de franquias. Juntos, apresentaram o negócio para a ABF (Associação Brasileira de Franchising), que tão logo retornou dizendo que, naquele mercado, eles não tinham nem concorrentes.
Desta forma, com a consultoria jurídica e treinamento do Alexandre na área trabalhista, em 2011 foi desenvolvida a Rede Padrão Enfermagem, a primeira e única empresa de agenciamento de profissionais de enfermagem especializada em oferecer soluções em cuidados através da intermediação de mão de obra e que tem por excelência desenvolver uma avaliação completa para identificar as necessidades do beneficiário para localizar o profissional mais apto ao serviço.
Com selo de verificação e qualidade
É a única rede de franquia da área fiscalizada pelos principais órgãos regulatórios, como o Ministério Público do Trabalho, da Justiça do Trabalho e do Coren (Conselho Regional de Enfermagem do Rio Grande do Sul). Com 17 anos no mercado e 12 no franchising, a rede, que atua prioritariamente pelo modelo home based, espera abrir 100 unidades até dezembro e 300 no prazo de três anos.
Conquistou nesse período não apenas a confiança no mercado, mas também aqueles que veem na empresa uma boa alternativa para ter o negócio próprio sem ter formação na área da saúde. Assim como Rafael Schinoff, um administrador que viu na mãe a inspiração para criar uma empresa tão diferente e especializada no Brasil.
(*) HOMEWORK inspira transformação no mundo do trabalho, nos negócios, na sociedade. É criação da Compasso, agência de conteúdo e conexão.