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Setor de serviços cresce acima do esperado em outubro mas ainda não recupera perdas da pandemia

11 dez 2020 - 09h03
(atualizado às 10h12)
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O setor de serviços brasileiro iniciou o quarto trimestre com alta no volume pelo quinto mês seguido e acima do esperado, mas segue abaixo do nível pré-pandemia diante da dificuldade de recuperação após restrições adotadas para conter o coronavírus.

Consumidores fazem compras em rua comercial do Rio de Janeiro
16/09/2020
REUTERS/Ricardo Moraes
Consumidores fazem compras em rua comercial do Rio de Janeiro 16/09/2020 REUTERS/Ricardo Moraes
Foto: Reuters

Em outubro, o volume de serviços apresentou aumento de 1,7% na comparação com o mês anterior, segundo os dados divulgados nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Essa é a taxa mais elevada para meses de outubro desde o início da série em 2011.

Em cinco meses de ganhos, o setor acumula ganho de 15,8%, mas o resultado ainda é insuficiente para compensar as perdas de 19,8% vistas entre fevereiro e maio, período que abrange o início da pandemia no país.

Em relação ao mesmo mês do ano anterior, o volume apresentou queda de 7,4%, na oitava taxa negativa seguida nessa base de comparação.

O resultado mensal foi melhor do que a expectativa em pesquisa da Reuters de alta de 1,0%, enquanto o dado anual ficou em linha.

Serviços, que tem importante peso sobre o Produto Interno Bruto do país, é o setor que vem apresentando as maiores dificuldades em recuperar as perdas da pandemia.

Amplamente dependente do contato presencial, o volume de serviços prestados ainda está 6,1% abaixo do nível de fevereiro de 2020, de acordo com o IBGE.

Foi exatamente a atividade de serviços que impediu que a atividade econômica brasileira recuperasse no terceiro trimestre as perdas registadas no ápice da pandemia, embora tenha crescido 6,3% na comparação com os três meses anteriores, segundo os dados do PIB.

"Serviços precisam crescer 6,5% ainda para voltar ao patamar pré-pandemia, não voltou ainda por conta do caráter presencial. Isso é um limitador para uma reação mais rápida", explicou o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo.

"A maior dificuldade está em serviços prestados às famílias, transportes de passageiros e toda a cadeira turística por conta dessa nessa necessidade maior de algo mais presencial", completou.

Em outubro, das cinco atividades pesquisadas quatro mostraram aumento. Informação e comunicação apresentou avanço de 2,6%, enquanto o volume de Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio cresceu 1,5% no mês.

Serviços prestados às famílias teve alta de 4,6% e Serviços profissionais, administrativos e complementares aumentaram 0,8% na comparação mensal.

Somente Outros serviços mostrou recuo no volume em outubro sobre setembro, de 3,5%. Mas no acumulado do ano essa é a única atividade com contribuição positiva, tendo alta de 6,4%.

"O setor se encontra acima do patamar de fevereiro, antes dos efeitos da pandemia. Essa atividade vem sendo impulsionada, principalmente, pelo aumento das receitas das empresas que atuam nos segmentos de corretoras de títulos, valores mobiliários e mercadorias, além de administração de bolsas e mercados de balcão organizados", disse Lobo.

Já o índice de Atividades turísticas teve em outubro expansão de 7,1% frente ao mês anterior, no sexto mês seguido de taxa positiva seguida, acumulando no período ganho de 102,6%. Ainda assim, o segmento precisa avançar 54,7% para retornar ao patamar de fevereiro.

"O ressurgimento dos riscos de lockdown enseja cautela em relação às possibilidades de recuperação de serviços para frente", ressaltou o estrategista-chefe do banco digital modalmais, Felipe Sichel, em nota a clientes.

"Ainda assim, a perspectiva para novembro é positiva. O número reforça a tese de recuperação difusa da economia entre os setores", acrescentou.

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