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Setor de suínos chinês terá alta de preços por disputa com EUA, dizem OCDE e FAO

3 jul 2018 - 15h10
(atualizado às 15h20)
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Consumidores chineses podem enfrentar uma alta significativa nos preços da carne de porco no médio prazo, depois de Pequim ter imposto mais tarifas de importação sobre os produtos agrícolas norte-americanos, em meio a disputas comerciais com Washington, disseram a OCDE e a FAO nesta terça-feira.

Porcos em fábrica de processamento de suínos perto de Pequim, China
19/06/2011
REUTERS/Jason Lee
Porcos em fábrica de processamento de suínos perto de Pequim, China 19/06/2011 REUTERS/Jason Lee
Foto: Reuters

A China disse no mês passado que vai impor taxas extras de 25 por cento sobre mais de 500 produtos dos Estados Unidos, incluindo a soja, a partir do dia 6 de julho, como resposta ao plano norte-americano de impor tarifas sobre 50 bilhões de dólares em produtos chineses, conforme as disputas comerciais entre as duas maiores economias do mundo se intensificam.

As ameaças comerciais perturbaram os fluxos de mercados por todo o setor de commodities, do sorgo ao carvão, e inflacionaram o preço dos ingredientes para ração animal, como o farelo de soja.

A China, maior produtor e importador de suínos no mundo, depende do farelo de soja para alimentar os porcos, disseram a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) e a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) em seu Panorama Agrícola para 2018-2027.

"No médio prazo, tarifas mais altas e, portanto, um custo maior para a soja e para grãos para ração podem aumentar o custo da produção na indústria de suínos da China", escreveram no relatório.

"Isso, combinado com as tarifas mais altas e, portanto, preços maiores da carne de porco importada, poderia levar a aumentos perceptíveis nos preços domésticos de suínos", adicionaram as organizações.

Mas, no longo prazo, os efeitos da disputa entre EUA e China devem ser modestos, uma vez que a China pode potencialmente buscar produtos agrícolas de outros países, enquanto os EUA têm potencial para suprir outros mercados, disseram FAO e OCDE.

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