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Setor público registra pela 1ª vez déficit primário em junho

País fechou o primeiro semestre deste ano com superávit primário quase 45% menor do que o registrado em igual período de 2013

31 jul 2014 - 12h20
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O setor público brasileiro registrou déficit primário de R$ 2,1 bilhões em junho, o primeiro resultado negativo para esses meses, empurrando para ainda mais longe o cumprimento da meta fiscal para o ano.

Foto: Bruno Domingos / Reuters

Em 12 meses até junho, a economia feita para pagamento de juros foi equivalente a 1,36% do Produto Interno Bruto (PIB), informou o Banco Central (BC) nesta quinta-feira. A meta de superávit primário de 2014 é de R$ 99 bilhões, equivalente a 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB).

Com isso, o setor púbico - governo central (governo federal, BC e INSS), Estados, municípios e estatais - fechou o primeiro semestre com superávit primário de R$ 29,380 bilhões, quase 45% a menos da cifra vista em igual período de 2013.

No mês passado, o governo central apresentou déficit de R$ 2,732 bilhões, com destaque para o saldo negativo de R$ 1,593 bilhão do governo federal. O desempenho foi abalado pela menor arrecadação, entre outros, diante da pior performance da atividade econômica.

O BC informou ainda que os governos regionais apresentaram superávit primário de R$ 113 milhões em junho, enquanto as estatais federais fizeram economia de R$ 518 milhões.

"O resultado de junho também reflete, em parte, a moderação de atividade e aumento de alguns itens de despesas, como o investimento", afirmou o chefe do departamento Econômico do BC, Tulio Maciel.

Só em maio e junho passados, o setor público registrou déficit primário de R$ 13,146 bilhões, o que "torna o atingimento da meta (do ano) mais distante e difícil e exigirá maior esforço do governo em obtê-la", acrescentou Maciel. "Não significa que não seja possível atingi-la. O Tesouro trabalha para isso".

No semestre passado, o governo central fez superávit primário de R$ 15,370 bilhões, menos da metade vista entre janeiro e junho de 2013 (R$ 33,728 bilhões). Os Estados e municípios também reduziram a economia feita no período, mas com menor intensidade: o superávit recuou 26%, a R$ 13,674 bilhões.

O cenário de fraca atividade, aliado às manobras fiscais usadas no passado para fechar as contas, reforça as desconfianças dos agentes econômicos sobre a capacidade do governo em cumprir a meta de superávit primário este ano, em que a presidente Dilma Rousseff disputa um segundo mandato.

O BC informou também que o déficit nominal - receitas menos despesas, incluindo pagamento de juros - ficou em R$ 20,792 bilhões no mês passado, enquanto a dívida pública representou 34,9% do PIB.

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