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Setor público tem superávit primário de R$ 21 bi em janeiro

Metade do saldo positivo foi economizado por Estados e municípios, compensando parcialmente o resultado fraco do governo central

27 fev 2015 - 12h10
(atualizado às 12h11)
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<p>Enquanto o governo central teve o pior super&aacute;vit prim&aacute;rio para janeiro em seis anos, Estados e munic&iacute;pios tiveram o melhor resultado da s&eacute;rie hist&oacute;rica</p>
Enquanto o governo central teve o pior superávit primário para janeiro em seis anos, Estados e municípios tiveram o melhor resultado da série histórica
Foto: Bruno Domingos / Reuters

O setor público consolidado teve superávit primário de R$ 21,063 bilhões em janeiro, beneficiado de elevada economia de Estados e municípios, fazendo as contas públicas fecharem o primeiro mês de 2015 com superávit nominal, o que não ocorria desde janeiro de 2013.

O resultado foi melhor que o esperado por analistas consultados pela Reuters, cuja mediana apontava saldo positivo de R$ 18,250 bilhões.

Em 12 meses até janeiro, o resultado primário apresentou um déficit equivalente a 0,61% do Produto Interno Bruto (PIB).

Em janeiro o resultado nominal ficou superavitário em R$ 3,041 bilhões no mês passado, o primeiro desempenho positivo desde janeiro de 2013.

Do superávit primário do setor público consolidado, o governo federal registrou superávit de R$ 10,075 bilhões (o pior resultado para meses de janeiro desde 2009) e as estatais federais, superávit de R$ 444 milhões.

Já os governos regionais tiveram desempenho positivo de R$ 10,544 bilhões, o melhor resultado mensal para Estados e municípios da série iniciada pelo BC em dezembro de 2001, compensando parcialmente o resultado fraco do governo central e ajudando as contas públicas em termos consolidados.

Esta semana, a Reuters mostrou que os governo regionais estão apertando o cinto, em iniciativa que ajuda no controle das contas públicas, mas que amplia a possibilidade de recessão neste ano.

A meta de superávit primário de 2015 é de 1,2% do PIB, um alvo considerado ainda difícil de ser atigindo em contexto de fraca atividade econômica e dificuldade de arrecadação.

O chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel procurou mostrar otimismo com os números divulgados nesta manhã.

"O resultado de janeiro é resultado significativo, um bom início de ano", disse a jornalistas.

Para reverter essa desconfiança dos investidores a equipe econômica está reforçando o ajuste fiscal com uma série de medidas. Somente nesta semana o governo divulgou o bloqueio de R$ 150 bilhões em despesas ainda não liquidadas dos anos de 2013 e de 2014 e anunciou limite de gasto de R$ 75 bilhões para os órgãos públicos no primeiro quadrimestre do ano.

Nesta sexta-feira, o governo divulgou mudanças na desoneração da folha em medida para reduzir a elevada renúncia tributária deste benefício.

Segundo Maciel, o resultado de janeiro "não refletiu" o efeito do conjunto de medidas que vêm sendo adotadas. "Esses impactos serão incorporados gradualmente."

Ainda de acordo com os dados do Tesouro desta manhã, em janeiro a dívida líquida representou 36,6% do Produto Interno Bruto (PIB). Já a dívida bruta ficou em 64,4% do PIB em janeiro.

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