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Shell Brasil compra fatia da empresa de créditos de carbono Carbonext

Petroleira pagará R$ 200 milhões por uma participação minoritária na companhia que atua em projetos de preservação de florestas para reduzir a emissão de gases

11 jul 2022 - 05h11
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A Shell Brasil comprou uma participação minoritária (o porcentual não foi revelado) na empresa brasileira de créditos de carbono Carbonext. No acordo de R$ 200 milhões, os irmãos Janaína Dallan e Luciano da Fonseca mantêm o controle do negócio, que vende 80% dos créditos para empresas do exterior.

O investimento captado pela Carbonext será utilizado em tecnologias para preservação florestal, desenvolvimento da bioeconomia e reflorestamento na Floresta Amazônica. De janeiro a maio deste ano, a empresa gerou cerca de R$ 150 milhões em créditos, comprados por empresas que precisam reduzir a emissão de gases na atmosfera, mas não conseguem fazer isso por conta própria de forma satisfatória.

"Protegemos as áreas florestais, evitando o desmatamento. Isso reduz as emissões e daí são gerados os créditos de carbono", diz Fonseca.

"Não é de hoje que a Shell defende a criação e regulação do mercado de carbono. Associar nossa companhia à Carbonext é um passo importante para nossa meta de compensar 120 milhões de toneladas de CO22 ao ano até 2030", diz André Araujo, presidente da Shell.

O acordo com a Shell não impede que a empresa venda créditos para concorrentes ou conceda descontos. Ele só garante a possibilidade de compra de um pequeno porcentual de créditos da Carbonext.

O mercado de crédito de carbono visa a subsidiar a transição para formas mais sustentáveis de viabilizar o desenvolvimento da economia global, utilizando menos recursos naturais ou compensando o consumo, por exemplo, com ações de reflorestamento.

Janaína Dallan e Luciano Fonseca, da Carbonext: foco na proteção à floresta
Janaína Dallan e Luciano Fonseca, da Carbonext: foco na proteção à floresta
Foto: Divulgação/Carbonext / Estadão

No caso da Carbonext, a cada crédito de carbono vendido, 30% ficam com a própria empresa, 50% vão para o proprietário do terreno a ser protegido e 20% são destinados para o monitoramento do desenvolvimento social da região onde o terreno está.

"A Amazônia precisa ainda mudar a relação entre homem e natureza. Muitas pessoas não têm recursos e vivem de forma primitiva, vendendo madeira para poder alimentar a família. Com acesso às informações dos mais de 100 anos de pesquisa da Shell, conseguiremos começar a ocupar uma posição importante no mundo no mercado de crédito de carbono", afirma Dallan.

Segundo pesquisa da gestora ambiental Taskforce on Scaling Voluntary Carbon Markets, com apoio da McKinsey, a demanda por créditos de carbono pode chegar a um faturamento global de até US$ 50 bilhões em 2030, 15 vezes mais do que em 2020.

Além da preocupação com a redução do impacto ambiental, o que motiva as empresas a investirem em iniciativas ligadas à tendência global conhecida como ESG (sigla em inglês para boas práticas ambientais, sociais e de governança) é a segurança futura de suas operações, assim como a demanda de acionistas.

"As empresas estão 'acordando' para o ESG em razão de ser um tópico de conscientização que está em crescimento e tem tudo a ver com a sustentabilidade econômica. Se isso for ignorado, as empresas podem ter resultados declinantes e ficarem fora do futuro", diz Arthur Igreja, especialista em inovação e professor convidado da FGV. "O consumidor também é um eixo fundamental em todo esse processo, já que inúmeras pesquisas apontam que ele está mais consciente e exigente."

Como funciona o mercado de crédito de carbono

Conceito. A ideia por trás mercado de carbono é estabelecer um limite para as empresas mais emissoras de gases de efeito estufa. Esse limite deve ser estabelecido pelos órgãos reguladores, mas isso ainda não está definido

Alternativas. Entre as alternativas, as empresas podem plantar árvores, fazer projetos de eficiência energética e substituir fontes de energia fóssil por energia limpa, por exemplo

Compra de crédito. A empresa que estiver emitindo menos do que o limite, tem um "crédito de emissão de carbono", que, se quiser, pode vender para outra que não conseguiu se enquadrar. Mas haverá a possibilidade também de comprar créditos de carbono de projetos que não são de empresas, relacionados à manutenção de florestas, por exemplo

Estadão
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