Sindicato da indústria de soja argentina suspende greve após governo intervir
O principal sindicato de trabalhadores em processadoras de oleaginosas da Argentina interrompeu antecipadamente uma greve de 24 horas nesta sexta-feira, após intervenção do governo do país que ordenou que funcionários e empresas voltem às mesas de negociação para chegar a um acordo sobre o pagamento de bônus relacionados à pandemia de coronavírus.
Daniel Succi, membro do Sindicato de Trabalhadores e Empregados de Indústrias de Oleaginosas do departamento de San Lorenzo, disse à Reuters que a greve, iniciada ao meio-dia (horário local), foi suspensa depois de o governo publicar um decreto de conciliação compulsória.
"A conciliação foi publicada e nós a obedecemos", disse Succi, acrescentando que uma reunião com as empresas do setor foi marcada para a próxima terça-feira, às 16h.
O sindicato, que representa trabalhadores da região onde o principal centro agroindustrial da Argentina está localizado, já havia promovido uma greve semelhante na semana passada, após uma proposta para o pagamento de bônus pela pandemia ficar aquém das expectativas.
Os trabalhadores buscam um pagamento de bônus mensais para o período a partir de abril por estarem trabalhando durante a pandemia, quando o governo argentino ordenou uma quarentena rígida, permitindo apenas atividades essenciais.
Succi disse que as empresas desejavam combinar o pagamento do bônus relacionado à pandemia ao bônus de final de ano, oferta que o sindicato rejeitou.
Ele acrescentou que a greve desta sexta-feira envolveu cerca de 4 mil trabalhadores e veio após o fracasso das negociações entre as partes mesmo na sequência de seis reuniões mediadas por autoridades do Ministério do Trabalho argentino.
Mais cedo, o presidente da câmara de processadoras e exportadoras de grãos CIARA-CEC, Gustavo Idígoras, havia afirmado que o governo publicou uma ordem de conciliação, mas que os trabalhadores "não estavam cumprindo com a conciliação obrigatória, causando sérios problemas."