Smartphone mais barato do mundo é lançado a menos de US$ 4
Companhia indiana Ringing Bells põe no mercado celular que custa menos de 4 dólares. Aparelho é tratado no país como a maior revolução na indústria de telecomunicações.
Chegou nesta quarta-feira (17/02) às prateleiras das lojas indianas o smartphone Freedom 251, chamado de a "maior revolução na indústria de telecomunicações" pela empresa Ringing Bells, responsável por seu desenvolvimento e produção. O preço do celular deve ficar abaixo de 4 dólares, ou seja, menos de 20 reais.
A companhia indiana foi fundada no ano passado e foca na produção de smartphones acessíveis com a ajuda da campanha governamental Made in India, que visa fomentar os investimentos no país.
O novo aparelho funciona com o sistema operacional Android Lollipop 5.1, tem tela colorida de 4 polegadas, processador de 1,3 gigahertz e duas câmeras: uma traseira de 3,2 megapixels e uma frontal de 0,3 megapixel.
O baixo preço do smartphone foi motivo de comentários no Twitter, por exemplo, com os usuários comparando o custo do produto com um prato de arroz ou uma cueca.
Mercado competitivo
O mercado indiano de celulares é imenso. Segundo a empresa de análises Counterpoint, o país do Sudeste Asiático possui o segundo maior mercado para smartphones no mundo, perdendo somente para a China e superando pela primeira vez os EUA.
Mais de um terço dos celulares vendidos atualmente na Índia é um smartphone. Até o final do ano passado, foram registrados 220 milhões de usuários ativos no país. Com uma população de cerca de 1,3 bilhão de habitantes, há ainda muito potencial, especialmente nas áreas rurais, onde celulares simples ainda são regra.
Segundo a Counterpoint, quase metade de todos os celulares vendidos no último trimestre de 2015 no mundo foi fabricada na Índia, país onde ao menos 20 marcas montam seus telefones.
A sul-coreana Samsung é a líder do mercado indiano de smartphones, em segundo lugar está a marca doméstica Micromax. Atualmente, a poderosa Apple está recuperando terreno na Índia, e a concorrência da China vai tornar o mercado "altamente competitivo" em 2016, de acordo com a Counterpoint.
Demografia a favor
Além da dimensão do mercado indiano, as empresas também veem na Índia uma grande porcentagem de jovens. Embora a China tenha sido mais importante para a Apple no passado, já que ali os consumidores estão mais dispostos a gastar, numa recente conferência de investidores, o CEO da Apple, Tim Cook, afirmou:
"Eu vejo a demografia ali [na Índia] como sendo incrível para uma marca e para pessoas que realmente querem os melhores produtos", disse, em referência à média de idade de 27 do país.
Ainda não se sabe se o Freedom 251 vai emplacar. Embora os indianos sejam conhecidos por olhar atentamente para preços, outros produtos baratos não conseguiram se impor no mercado. Lançado em 2009, o Nano, carro compacto da Tata Motors, nunca foi exatamente um sucesso de vendas.
E, como destacou o diário indiano Hindustan Times, o tablet acessível Aakash, desenvolvido com apoio estatal para fornecer acesso de internet à maior quantidade possível de pessoas, fracassou devido às suas "especificações pouco aceitáveis."