SNME11: resultado supera distribuição mensal em 40%; analistas comentam relatório
Em live no canal da Suno Asset, os analistas de investimentos Bruno Zocchi e Gerardo Azevedo apresentaram uma análise aprofundada do desempenho do Fundo SNME11, destacando resultados robustos e os desafios enfrentados no mercado secundário nos últimos meses.
Nos últimos três meses, o Suno Multiestratégia manteve uma distribuição mensal de R$ 0,10 por cota, garantindo consistência na geração de rendimentos. Esse valor representa um dividend yield mensal de 1,09%, com base no preço da cota de fechamento de outubro.
Além disso, em outubro, o fundo apresentou um resultado de R$ 0,14 por cota, superando a distribuição mensal em 40% e acumulando cerca de R$ 0,06 por cota em resultados ainda não distribuídos.
No mercado secundário, o SNME11 enfrentou volatilidade em setembro e outubro, reflexo da pressão generalizada sobre ativos de renda variável. Apesar disso, o fundo registrou um alfa de 13% em relação ao IFIX desde o seu lançamento em setembro de 2023. "Isso demonstra a qualidade das alocações realizadas pelo fundo", destacou Azevedo.
A cota de mercado teve uma retração de 3,6% no mês, impacto atribuído às condições adversas do mercado e não a fatores internos do fundo. Zocchi explicou que a diferença entre o valor patrimonial e o preço de mercado reflete as expectativas dos investidores. "Se espero mais juros, ajusto o preço do ativo para manter o spread esperado", pontuou, enfatizando a relação entre o comportamento do mercado e as curvas futuras de juros.
SNME11: impactos no patrimônio e estratégia de alocações
O desempenho patrimonial do SNME11 foi impulsionado pelas alocações em Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs), que contribuíram com um retorno de 1,95% em outubro. Segundo Azevedo, esse resultado foi sustentado tanto pelos rendimentos de juros e correção monetária quanto pelo giro ativo da carteira.
As receitas provenientes de FIIs somaram R$ 180 mil no mês, apresentando um recuo em relação a setembro. O declínio foi atribuído à ausência de distribuição de rendimentos do MFAI11, atualmente em processo de liquidação.
Um ponto de atenção na carteira foi o impacto causado pela análise e precificação do CRI Astir, estruturado com base em pagamentos futuros. Conforme apontado por Bruno Zocchi, a administradora do fundo penalizou excessivamente o ativo, marcando-o abaixo de seu preço unitário (PU) na curva. Essa decisão resultou em uma redução de cerca de R$ 0,20 por cota no valor patrimonial do SNME11 entre outubro e novembro.
Apesar do efeito temporário na precificação, o CRI apresenta fundamentos sólidos. "O título tem uma garantia robusta, com uma razão superior a 500%, e está amortizando volumes significativos ao longo de 2024. Seu vencimento está previsto para março de 2026 e está vinculado a um projeto de incorporação vertical em Porto Alegre, liderado pela construtora Astir", destacou Zocchi.