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Sob temor com China, Ibovespa perde 1,26% e dólar passa R$ 4

4 jan 2016 - 13h04
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Foto: Rafael Neddermeyer/Fotos Públicas

O mercado financeiro começa 2016 com o pé esquerdo nesta segunda-feira (4). Não bastassem as preocupações internas do Brasil, com recessão e inflação alta, crescem os temores sobre a saúde da economia da China, principal destino das matérias-primas brasileiras. O Ibovespa recua, enquanto o dólar ganha terreno frente ao real.

Alimentada pela preocupação com a atividade econômica, a queda de 7% da bolsa chinesa de Xangai chegou a paralisar a negociação de ações no país após o acionamento do novo sistema de “circuit breaker” (mecanismo para evitar quedas maiores). 

O indicador de atividade industrial da China calculado pelo Caixin/Markit caiu a 48,2 pontos em dezembro, abaixo de novembro, quando ficou em 48,6, e das expectativas do mercado, de 49. Essa foi a leitura mais baixa desde setembro e bem abaixo do nível de 50 pontos que separa contração de expansão.

Na agenda local, o boletim Focus, do Banco Central, mostrou que os economistas projetam retração de 2,95% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro neste ano, ante estimativa de recuo de 2,81% apresentada na leitura anterior.

Foto: Rafael Neddermeyer/Fotos Públicas

Por volta de 12h35, em linha com as perdas acentuadas em Wall Street e nas bolsas europeias, o Ibovespa marcava desvalorização de 1,26%, aos 42.799 pontos.

Entre as ações mais líquidas, destaque para a queda de 2% das ações preferenciais classe A da mineradora Vale e para as perdas de Ambev (-2,52%) e Itaú (-1,70%).

Na contramão, os papéis da Petrobras avançavam 2,38% na esteira da alta das cotações do petróleo em meio à tensão diplomática entre Arábia Saudita e Irã. 

Vale lembrar que o primeiro pregão do ano marca também o primeiro dia de negociação da nova carteira do Ibovespa, válida de janeiro a abril de 2016. Com base na terceira e última prévia, saem as ações ordinárias da Eletrobras, BR Properties, Souza Cruz (que fechou capital) e as ações preferenciais da Gol. Entram os papéis da Weg.

Os cinco ativos que apresentam o maior peso na composição do índice são: as preferenciais do Itaú Unibanco (10,689%), as ordinárias da Ambev (7,885%), as preferenciais do Bradesco (6,821%), as da BRF (5,102%) e as preferenciais da Petrobras (3,812%).

Foto: Fernanda Carvalho/Fotos Públicas

Dólar

O dólar saltava quase 2% sobre o real nesta sessão, primeira sessão do ano e marcada por aversão ao risco, após a atividade industrial na China mostrar retração pelo 10º mês seguido, reacendendo as preocupações sobre a economia do país asiático.

Por volta de 12h33, o dólar avançava 1,98%, a R$ 4,0328 na venda, após subir 1,83% na última sessão de 2015 e encerrar o ano com alta de 48,49%.

O pessimismo com o cenário político no Brasil ajudava a acentuar a alta, com o recesso no Congresso Nacional adiando a decisão de medidas importantes para a busca do equilíbrio fiscal do país.

Entre as medidas a serem analisadas pelo Congresso após a volta do recesso, está a retomada da CPMF, prevista na LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) de 2016 e necessária nos cálculos do governo para fechar o ano com a meta de superávit primário para o setor público consolidado equivalente a 0,5% do PIB.

O Banco Central realizou no fim desta manhã o primeiro leilão de rolagem dos swaps cambiais que vencem em 1º de fevereiro, com oferta de até 11,6 mil contratos. Na operação, a autoridade monetária rolou o equivalente a US$ 563,4 milhões, ou cerca de 5% do lote total, que corresponde a US$ 10,431 bilhões.

(Com Reuters)

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