Wall Street avança com impulso de ações de tecnologia; balanços seguem em foco
Os principais índices de Wall Street avançavam nesta quinta-feira, com o S&P 500 e o Nasdaq disparando, à medida que os investidores avaliavam uma série de balanços corporativos mistos e monitoravam os desdobramentos da guerra comercial entre Estados Unidos e China.
Na quarta-feira, a Casa Branca indicou que está aberta a reduzir as tarifas abrangentes sobre a China, e o presidente Donald Trump recuou em seus ataques ao chair do Federal Reserve, Jerome Powell, fazendo com que os índices subissem.
Mas o otimismo se dissipou quando o secretário do Tesouro, Scott Bessent, disse que uma medida para reduzir as tarifas não será tomada unilateralmente, enquanto a China afirmou que os EUA deveriam suspender todas as medidas tarifárias unilaterais se "realmente" quiserem resolver a questão comercial.
Uma gama de manchetes contraditórias e a falta de clareza no mercado estão tornando difícil para os investidores avaliar o impacto da mudança de posição de Trump sobre a política comercial, criando um ambiente volátil.
"As tarifas ainda estão tendo um efeito poderoso sobre o sentimento e o governo Trump está oscilando entre recuar da implementação total e seguir em frente", disse Matt Gertken, estrategista-chefe da BCA Research.
"O recuo do governo diz aos mercados que a estratégia é implementar tarifas, mas não causar uma recessão. Enquanto esse for o caso, a guerra comercial será uma espécie de processo de dois passos à frente e um passo atrás."
O Dow Jones subia 0,18%, a 39.679,30 pontos. O S&P 500 tinha alta de 0,81%, a 5.419,54 pontos, enquanto o Nasdaq Composite avançava 1,37%, a 16.936,21 pontos.
As ações de megacaps impulsionavam o Nasdaq e o S&P 500, com o setor de tecnologia liderando os ganhos.
A IBM caía 8,2% depois que a empresa disse que 15 de seus contratos com o governo dos EUA foram cancelados em uma iniciativa de corte de custos de Trump, enquanto a Proctor & Gamble recuava 3,7% depois de cortar as previsões de lucro anual.
Essas quedas pesavam sobre o Dow Jones.
No entanto, dados econômicos ajudavam a recuperar parte do otimismo. Relatórios mostraram um aumento moderado nos pedidos semanais de auxílio-desemprego e um salto muito maior do que o esperado nos pedidos de bens duráveis em março.
O aumento das tensões comerciais e as preocupações com uma desaceleração econômica nos EUA, junto dos temores com as ameaças à independência do Fed, têm feito investidores venderem ações dos EUA.
Todos os três principais índices estão em baixa no acumulado do ano e o S&P 500 caiu mais de 12% em relação a sua máxima recorde atingida em fevereiro.
