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SP: centrais sindicais e governo debatem protestos do dia 11

1 jul 2013 - 22h15
(atualizado às 22h25)
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Centrais sindicais e o secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, Fernando Grella Vieira, se reuniram nesta segunda-feira para debater os protestos, greves e paralisações programadoss pelos sindicatos para o próximo dia 11.

De acordo com a Força Sindical, o Dia Nacional de Lutas será marcada por greves e protestos, que poderão fechar as principais rodovias do Estado de São Paulo e as vias das marginais. O Sindicato dos Metroviários de São Paulo convocou uma assembleia extraordinária para a próxima quinta-feira para decidir sobre paralisações no dia 11. Trabalhadores dos portos do Estado também poderão cruzar os braços.

"Informamos que as manifestações serão generalizadas em todo o Estado, mas com muita organização. Se tiver alguma pessoa infiltrada, com a intenção de fazer atos de vandalismo, nós avisaremos a polícia", disse Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força, presidente da Força Sindical.

Além do secretário, participaram da reunião o comandante-geral da Polícia Militar (PM), coronel Benedito Roberto Meira, e o presidente e o tesoureiro da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva e Luiz Motta, respectivamente. Também estavam presente o presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Ricardo Patah, e a diretora da executiva nacional da Central Sindical e Popular (CSP/Conlutas), Atena Goras.

"O encontro serviu para que os sindicalistas e a Polícia Militar reforcem o diálogo que permitirá garantir a segurança dos manifestantes e de toda a população durante as manifestações", disse a secretaria em nota. As centrais sindicais deverão encaminhar os locais e trajetos das passeatas à Polícia Militar antecipadamente.

Na semana passada, a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), a Força Sindical, a União Geral dos Trabalhadores (UGT), a Central Sindical e Popular (CSP) Conlutas, a Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), a Central dos Sindicatos do Brasil (CSB) e a Nova Central Sindical dos Trabalhadores (NCST) confirmaram que vão participar dos atos do dia 11. O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) também participará como movimento social.

Entre as reivindicações consensuais estão melhorias na saúde e educação públicas; reforma agrária; transporte público de qualidade e redução das tarifas; o fim dos leilões de petróleo; o fim do fator previdenciário; a redução da jornada de trabalho sem diminuição do salário; o arquivamento do Projeto de Lei 4.330, que regulamenta a terceirização; e o aumento das aposentadorias.

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País

Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

Dilma e oposição ainda discutirão reforma políticaClique no link para iniciar o vídeo
Dilma e oposição ainda discutirão reforma política

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

O grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Agência Brasil Agência Brasil
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