Sua agência de marketing digital tem especialistas? Tem mesmo?
O valor inestimável da experiência: por que trabalhar com profissionais experientes é tão fundamental?
Quanto tempo leva para alguém se tornar especialista em algo? De acordo com o jornalista e escritor canadense Malcolm Gladwell, são necessárias 10 mil horas de prática. Gladwell apresentou essa tese ao mundo em 2008 quando lançou o livro "Fora de Série" ("Outliers", na versão original em inglês).
Ou seja, se ficássemos oito horas por dia ininterruptas (sem pausa pra água, xixi nem aquela espiada nas redes sociais), levaríamos 1.250 dias ou quase três anos e meio para nos tornarmos especialistas, portanto.
Mas na prática não é bem o que vemos em alguns perfis, especialmente no nosso LinkedIn de cada dia. Tem profissional que subverte a análise de Gladwell ao se autoproclamar especialista após passar por duas empresas em meteóricos sete meses e concluir um ou dois cursos de verão.
Aqui, tomo a liberdade de dividir rapidamente com você, caro leitor, a minha jornada profissional. Comecei a trabalhar cedo. Aos 15 anos de idade, já tinha carteira assinada como contínuo (mais conhecido como office-boy) no Globo Rural, programa dominical da TV Globo, onde iniciei aprendizados importantes e decisivos do que viria a ser a minha carreira. Portanto, rigorosamente eu não tenho nada contra os jovens talentos. A questão principal aqui é que não apenas o talento natural importa: a prática, essa sim, pode lapidar as aptidões e encaminhar um profissional a se tornar um especialista.
Você ainda não está convencido?
Vejamos um movimento recente do mercado. Num passado não muito distante, a Socialbakers anunciou ao mercado o seu rebranding e passou a se chamar Emplifi, praticamente um ano depois de ter sido adquirida pela Astute, que provê soluções para relacionamento com o cliente. Mais do que ser rebatizada, a SocialBakers decidiu interromper o fornecimento gratuito a dados gerais de mercado, como principais páginas em termos de seguidores, engajamentos e até origem da audiência por país e indústria.
A conclusão do site 2 Dígitos é que o “espaço para gambiarras e soluções gratuitas (ou seja, outro tipo de gambiarra) está acabando. (…) soluções gratuitas – aquela demo marota que deixa você ter acesso parcial aos dados do fornecedor, geralmente pra gerar lead – parecem ter perdido relevância em um cenário de altíssimas personalização e complexidade”.
Num cenário de juniorização constante das equipes e, curiosamente, proliferação de “especialistas”, o desafio para as empresas é identificar e contratar parceiros com estofo para entregar resultados com performance constante e em alto nível.
Antes mesmo da chegada da bendita Inteligência Artificial, os profissionais de marketing e comunicação já vinham sendo cobrados por trabalhos que gerassem performance mensurável.
Sem o embarque de trabalhadores experientes e, de fato, especialistas em suas áreas de atuação, eu posso garantir: os resultados não serão gerados, representando desperdício de orçamento e atritos irreversíveis.
Afinal, conquista é talento + preparo. E se tem retorno, é investimento. Não custo.