Sushiwoman e pizzaiola: mulheres conquistam espaço inédito
Confira algumas histórias em que elas compartilham seus desafios e experiências no mercado de trabalho
Solionara Santos, 31, mais conhecida como Sol, atua há sete meses como sushiwoman da unidade de Vitória-ES da Home Sushi Home, rede de delivery especializada em comida oriental e havaiana.
A especialista em culinária japonesa começou a trilhar seus caminhos na profissão em 2014, depois de se candidatar a ajudar na cozinha em um restaurante que ela já trabalhava como operadora de caixa.
“Certa vez, faltaram duas pessoas que auxiliavam na cozinha e eu disse que poderia ajudar naquele dia, já que achava os pratos bonitos e tinha muita vontade de aprender. O sushiman foi me orientando, mostrando o que deveria ser feito e aos poucos eu fui aprendendo. E com o passar do tempo, comecei a produzir os pratos sozinha”, relembra.
Homens colocavam sushiwoman pra limpar peixe
Em uma profissão dominada por homens, Sol comenta as dificuldades que passou para se consolidar na área.
“Sofria muito preconceito com os homens, que sempre me colocavam apenas para ‘limpar’ os camarões e peixes, sem permitir que eu montasse os pratos na cozinha”, revela a profissional.
Apesar de toda essa situação, Solionara se aperfeiçoou e segue construindo sua carreira como sushiwoman: “Tudo o que eu conquistei foi por meio do meu trabalho e, por isso, quero ser cada vez mais uma sushiwoman melhor, para que eu possa abrir caminhos para outras mulheres chegarem aqui também”, diz ela.
Pizzaiola aos 62 anos de idade
Já a pizzaiola Rosângela Carvalho, 62, iniciou na profissão em 2011, depois de passar alguns anos atuando em um negócio próprio, também no segmento de alimentação. A profissional conta que passou por dificuldades no início de carreira, que é tida como majoritariamente masculina.
“Os obstáculos começaram quando fui fazer o curso de pizzaiola. Eram muitos homens e eles não aceitavam que nós, mulheres, fizéssemos o serviço de bater e abrir a massa, por exemplo. Eles preferiam que nós fatiássemos os ingredientes”, relembra ela.
Quando começou a trabalhar, Rosângela diz que um homem chegou a sair do restaurante por não aceitar mulheres na cozinha. Mesmo assim ela não desistiu e foi por meio desta profissão que conseguiu manter o filho na faculdade, comprar uma moto e muito mais.
“Foi nessa área que eu realizei meus sonhos, consegui reformar meu apartamento, formar meu filho na faculdade, comprar a minha moto e conquistar tudo que preciso. Hoje tenho a minha independência financeira. Para mim isso é o suficiente e não preciso de mais”, finaliza ela que, mesmo aposentada, quer continuar na profissão por muito tempo.
A Pizzaria Família Bressane, onde atua há mais de sete anos, é associada à Apubra (Associação Pizzarias Unidas do Brasil), que há 20 anos atua no fomento de informações de qualidade e atualizada sobre o mercado gastronômico de pizzas.
(*) HOMEWORK inspira transformação no mundo do trabalho, nos negócios, na sociedade. É criação da COMPASSO, agência de conteúdo e conexão.