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Suzano anuncia investimento de R$ 1,17 bilhão em nova fábrica no Espírito Santo

Empresa irá construir fábrica de papel sanitário e nova caldeira de biomassa em Aracruz; balanço do terceiro trimestre registrou prejuízo de R$ 729 milhões

26 out 2023 - 19h48
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A Suzano anunciou nesta quinta-feira, 26, que seu Conselho de Administração aprovou investimentos no valor de R$ 1,170 bilhão para construção de uma fábrica de papel sanitário e conversão em papel higiênico e papel toalha, além de nova caldeira de biomassa, em Aracruz, no Espírito Santo. O anúncio foi feito no dia da divulgação do balanço da companhia, que registrou prejuízo de R$ 729 milhões no terceiro trimestre do ano.

A decisão da Suzano em comprar a Facepa é considerada estratégica para o setor.
A decisão da Suzano em comprar a Facepa é considerada estratégica para o setor.
Foto: Suzano/Divulgação / Estadão

Segundo a companhia, a nova fábrica terá capacidade de 60 mil toneladas por ano, com investimentos totais estimados em R$ 650 milhões e início das operações previsto para o primeiro trimestre de 2026.

"A Suzano pretende realizar o investimento utilizando saldo de créditos de ICMS que possui no Estado, representando um desembolso líquido estimado sobre o projeto de aproximadamente R$ 130 milhões", diz a empresa em fato relevante divulgado ao mercado.

Já a nova caldeira de biomassa na fábrica de produção de celulose localizada em Aracruz substituirá o equipamento atual, com investimentos estimados em R$ 520 milhões. A operação está prevista para ter início no quarto trimestre de 2025.

"Os investimentos não afetam a estimativa de Capex divulgada pela Suzano para 2023, sendo os respectivos desembolsos distribuídos entre os anos de 2024 (R$ 522 milhões), 2025 (R$ 621 milhões) e 2026 (R$ 27 milhões), em termos reais e desconsiderando a monetização créditos de ICMS a ser realizada", explica a companhia.

Investimentos em celulose fluff

O Conselho de Administração da companhia aprovou também investimento de R$ 490 milhões para produção de celulose fluff a partir da madeira de eucalipto (Eucafluff), com capacidade nominal de 340 mil toneladas por ano. Com o novo investimento, a capacidade total de fluff da Suzano será de 440 mil toneladas por ano em 2025.

O investimento representa a conversão de máquina de secagem de celulose na unidade industrial de Limeira (SP), de forma que a empresa terá integral flexibilidade na produção de celulose para papel ou fluff. A conclusão do investimento está prevista para o quarto trimestre de 2025.

Segundo a companhia, esse investimento também "não impacta a estimativa de Capex divulgada anteriormente para 2023, sendo distribuído nos anos de 2024 (R$ 196 milhões) e 2025 (R$ 294 milhões)".

A Suzano destaca ainda que "tais investimentos alinham-se à estratégia de negócio da companhia ao representar uma evolução de seu posicionamento de mercado no segmento de bens de consumo e o fortalecimento de sua competitividade estrutural na produção de celulose".

Balanço do terceiro trimestre

No terceiro trimestre deste ano, a Suzano registrou prejuízo líquido de R$ 729 milhões, revertendo o lucro líquido de R$ 5,448 bilhões apurado no mesmo período do ano passado, segundo o balanço divulgado nesta quinta-feira.

Segundo a companhia, a variação é explicada em grande parte pela redução no resultado operacional (queda da receita líquida) e pela variação negativa no resultado financeiro, como resultado da desvalorização cambial sobre a dívida e sobre as operações com derivativos.

"Esses efeitos foram parcialmente compensados sobretudo pelo crédito de IR/CSLL diferidos, incidentes principalmente sobre os resultados negativos de variação cambial e operações com derivativos", afirma a Suzano.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado atingiu R$ 3,695 bilhões, queda de 57% na comparação com o terceiro trimestre de 2022. Também houve queda de 6% em relação ao segundo trimestre deste ano.

Para justificar o recuo anualizado do Ebitda, a Suzano cita quatro razões: menor preço médio líquido da celulose em dólar (-33%), menor volume vendido (-10%), pela desvalorização do dólar frente ao real (-7%); e maior SG&A (+12%), sobretudo por maiores despesas administrativas decorrente de maiores gastos com pessoal (remuneração variável) e da incorporação das despesas como resultado da aquisição do negócio de tissue da Kimberly Clark no Brasil, conforme explicado anteriormente.

A receita líquida da Suzano de julho a setembro ficou em R$ 8.948 bilhões no período de julho a setembro, o que representa um recuo de 37% na comparação anualizada e de 2% ante o trimestre anterior./Com Leandro Silveira

Estadão
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