Taproot: atualização chega ao Bitcoin no próximo domingo
Considerada a maior atualização na criptomoeda desde 2017, a Taproot traz inovações nos formatos de contratos inteligentes.
No próximo domingo (14), acontece uma das mais importantes atualizações do Bitcoin. Batizada como Taproot, o upgrade será o maior desde o ocorrido em 2017, com a chegada da atualização Segwit.
A princípio, a Taproot possui três objetivos principais:
- aumentar a eficiência no armazenamento de dados, através de mudança na estrutura de transação;
- ampliar a flexibilidade da blockchain, implementando alguns formatos de contratos inteligentes; e
- aumentar a segurança em termos de custódia, por meio de um modelo de validação dupla de transação.
De acordo com o especialista Orlando Telles, sócio fundador e diretor de research da Mercurius Crypto, a mais nova atualização permitirá o aumento no número de aplicações na rede. Até então, o Bitcoin não é associado a narrativas de contratos inteligentes, visto que seu atual formato de blockchain não possui essa funcionalidade.
Contudo, Telles destaca que a possibilidade de programar transações no Bitcoin poderá viabilizar novas aplicações, agregando valor para o ativo. A Taproot irá adicionar, através do Discreet Log Contracts (DLCs), uma funcionalidade que permitirá a usabilidade desse formato.
"Esse processo expande a possibilidade de aplicações de soluções de escalabilidade, como a Lightning Network e modelos de custódia mais seguros, como o formato de custódia com múltiplas validações (multi-signature wallets), bem como outras aplicações atreladas ao ativo que podem agregar muito mais valor a ele", explica o especialista.
E todas essas mudanças agregam para o ótimo período que o Bitcoin tem vivido atualmente. A moeda, que está chegando a quase US$ 70 mil possui a promessa de chegar por volta dos 100 mil dólares até o fim do ano.
Quais são os impactos dessa mudança?
Quanto aos desafios da nova atualização, Telles aponta para a complexidade das informações divulgadas pelos desenvolvedores. Para o especialista, a Taproot vem sendo descrita de forma muito técnica para a comunidade, o que, eventualmente, pode ser uma barreira para a adoção das novas funcionalidades do ativo por parte do público em geral.
Além disso, a demora em propor uma grande atualização, visto que o último upgrade de relevância ocorreu há quatro anos, também pode ser interpretada de forma negativa.
Esse aspecto, inclusive, divide opiniões entre analistas, já que para alguns essa demora é sinal de cautela e assertividade dos desenvolvedores. Já para Telles, o mercado de criptomoedas é baseado na tecnologia e um dos grandes valores dos ativos é a sua capacidade de evolução.
O especialista pontua, ainda, que o Bitcoin é uma tecnologia e diferente de outras reservas de valor, como o ouro, possui capacidade de evoluir ao longo do tempo, aumentando seu valor e melhorando a experiência dos usuários.
"Se a Taproot se tornar uma atualização amplamente utilizada em pouco tempo, será um sinal fundamentalista bastante positivo para o Bitcoin. Reforçará sua narrativa de reserva de valor eficiente ao passo que também impacta na descentralização, eficiência de dados e melhora no formato de custódia do ativo", complementa.