Tarifaço de Trump: 'Devemos aguardar o que os EUA farão amanhã e aí Brasil vai decidir', diz Alckmin
Trump vem anunciando que esta quarta-feira, 2 de abril, será o 'Dia da Libertação', com tarifas de 25% sobre carros importados e tarifas 'recíprocas' país por país
BRASÍLIA - O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, disse nesta terça-feira, 1º, que o Brasil deve aguardar o anúncio que os Estados Unidos farão nesta quarta-feira, 2, sobre o plano tarifário de Donald Trump para decidir qual será a linha de ação do governo brasileiro.
Em entrevista a jornalistas, Alckmin disse que o País tem o dever de proteger e fortalecer a economia brasileira e classificou o relacionamento com os Estados Unidos como "importante", já que é para lá que exporta mais produtos de valor agregado.
Trump vem anunciando que esta quarta-feira, 2 de abril, será o "Dia da Libertação", com tarifas de 25% sobre todos os carros importados e tarifas "recíprocas" país por país - o que pode afetar produtos brasileiros exportados aos EUA como o etanol, por exemplo.
Alckmin voltou a dizer que o Brasil não é um problema para os americanos e que o caminho e a disposição são sempre pelo diálogo. "O comércio foi o que estimulou as civilizações, o comércio é civilizatório, ele traz desenvolvimento, aproxima povos; é extremamente positivo e a disposição do Brasil é aberta ao diálogo e a fortalecer o comércio exterior", disse o ministro.
Sobre o relatório divulgado ontem pelo governo americano sobre barreiras comerciais, que citou o Brasil, Alckmin afirmou que o documento repete questões que já são antigas para a pauta americana. No caso do etanol, por exemplo, o ministro reconheceu que a tarifa cobrada pelo Brasil é mais alta, mas ponderou que os produtores brasileiros não conseguem "entrar tanto" nos Estados Unidos com a venda de açúcar. "Então é o diálogo, esse é o bom caminho", afirmou.
Ainda segundo Alckmin, quando conversou com o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, os representantes do governo Trump não colocaram "questões específicas" sobre o comércio com o Brasil, mas um panorama mais geral. "Então, vamos aguardar qual a medida que os Estados Unidos vão tomar - e não só em relação ao Brasil, mas em relação ao mundo", disse.
"O diálogo é permanente, o País aberto ao diálogo, defensor do comércio exterior, da aproximação entre os povos, não tem litígio com ninguém, é o ganha-ganha", concluiu.
