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Taxa de desemprego cai para 7,1% no trimestre terminado em maio, diz IBGE

Em igual período de 2023, a taxa medida pela Pnad Contínua estava em 8,30%; resultado foi o mais baixo para o período desde 2014

28 jun 2024 - 12h51
(atualizado às 17h22)
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O mercado de trabalho brasileiro voltou a mostrar força em maio, com novos recordes de população ocupada, de empregos com carteira assinada e da massa de salários em circulação na economia. A taxa de desemprego desceu de 7,5% no trimestre móvel encerrado em abril para 7,1% no trimestre encerrado em maio, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados nesta sexta-feira, 28, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado foi o mais baixo para esse período do ano desde 2014, quando também ficou em 7,1%, retornando assim ao menor nível para meses de maio de toda a série histórica iniciada em 2012.

Os dados confirmam que o mercado de trabalho permanece apertado, aponta o Itaú Unibanco, que estima que a taxa de desemprego tenha descido a 6,9% se descontadas as influências sazonais.

"Os salários reais efetivos continuaram subindo refletindo o dinamismo do mercado de trabalho", acrescentou Marina Garrido, do Departamento de Pesquisa Econômica do Itaú, em relatório.

Taxa de desemprego caiu no Brasil, segundo IBGE
Taxa de desemprego caiu no Brasil, segundo IBGE
Foto: Nilton Fukuda/Estadão / Estadão

O País registrou uma abertura de 1,081 milhão de vagas no mercado de trabalho no trimestre até maio, elevando a população ocupada a um recorde de 101,331 milhões de pessoas. Em um ano, mais 2,931 milhões de trabalhadores encontraram uma ocupação.

Ao mesmo tempo, a população desocupada recuou em 751 mil pessoas em um trimestre, totalizando 7,783 milhões de desempregados, menor contingente desde fevereiro de 2015. Em um ano, 1,162 milhão de pessoas deixaram o desemprego.

"Em linhas gerais, o mercado de trabalho aquecido sustentará a demanda doméstica nos próximos trimestres (e, consequentemente, o Produto Interno Bruto). Ao mesmo tempo, essa dinâmica manterá as preocupações do Banco Central sobre a transmissão da elevação dos salários reais para a inflação", pontuou o economista Rodolfo Margato, da XP Investimentos, em comentário.

Há uma melhora consolidada no mercado de trabalho, com expansões contínuas e renovação de recordes a cada trimestre, gerando um processo cumulativo desses ganhos, avaliou Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE. Segundo ela, o cenário econômico favorável estaria por trás desses avanços, fazendo a melhora no emprego alimentar também um ciclo virtuoso: com mais trabalhadores ocupados, há mais renda e, consequentemente, mais demanda.

"Isso tem relação, sim, com a melhora da atividade econômica. Está havendo mais ocupação, esse trabalho está sendo mais demandado pelas atividades econômicas. A gente vem observando que a atividade econômica vem demandando trabalhadores, e isso está permitindo esse crescimento contínuo que a gente está vendo da população ocupada", apontou Beringuy.

A pesquisadora considera que indicadores macroeconômicos, como juros mais baixos, redução na inadimplência e arrefecimento da inflação, ajudam no momento mais favorável para o emprego.

"Esses indicadores se interconectam entre si e refletem na atividade econômica", disse ela.

A alta na ocupação ocorreu majoritariamente pela expansão do emprego formal. O trimestre encerrado em maio mostrou uma abertura de 330 mil vagas com carteira assinada no setor privado em relação ao trimestre anterior, encerrado em fevereiro. O total de pessoas atuando com carteira assinada no setor privado subiu a um ápice de 38,326 milhões. O setor público, também marcado por diferentes tipos de vínculos formais, absorveu 517 mil trabalhadores a mais no trimestre, para um total de 12,534 milhões de ocupados.

Renda em alta

Com mais pessoas trabalhando e vagas mais qualificadas, a massa de salários em circulação na economia aumentou em R$ 6,751 bilhões em apenas um trimestre, para o nível recorde de R$ 317,883 bilhões. O rendimento médio dos trabalhadores ocupados teve uma alta real de 1,0% no trimestre, R$ 31 a mais, para R$ 3.181.

"É um crescimento robusto e indica que o consumo das famílias deve continuar positivo ao longo dos próximos trimestres", apontou o economista Felipe Rodrigo de Oliveira, da gestora de recursos MAG Investimentos.

Segundo Adriana Beringuy, do IBGE, a renda do trabalhador vem crescendo continuamente, impulsionada pela expansão do emprego formal, que tem remuneração mais elevada do que as ocupações informais.

No trimestre encerrado em maio de 2024, a renda média alcançou o maior patamar para esse período do ano de toda a série histórica da Pnad Contínua, iniciada em 2012. O nível atual se assemelha ao pico alcançado em 2020, em meio à pandemia de covid-19. No entanto, a atual elevação na renda do trabalho é bastante diferente da que ocorreu na crise sanitária, frisou Beringuy. No primeiro ano de pandemia, a renda média subiu porque trabalhadores com baixos rendimentos foram expelidos do mercado de trabalho, enquanto os ocupados com remunerações mais elevadas permaneceram empregados, elevando a média global.

"Agora tem um rendimento maior sendo recebido por mais pessoas", ressaltou Beringuy./Colaborou Gabriela Jucá

Estadão
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