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Taxa de desemprego no Brasil cai a 6,9% no 2º tri com recorde de ocupados e alta da renda

31 jul 2024 - 09h11
(atualizado às 11h02)
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O Brasil registrou uma taxa de desemprego de 6,9% no segundo trimestre, menor nível para o período em 10 anos e com novo recorde de pessoas trabalhando, além de aumento da renda.

A taxa divulgada nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou forte queda ante os 7,9% registrados nos três primeiros meses do ano e os 8,0% do segundo trimestre de 2023.

Ela ainda ficou abaixo de 7% pela primeira vez desde o início de 2015, e é também a menor para um trimestre encerrado em junho desde 2014, quando também foi de 6,9%.

O resultado da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) nos três meses até junho ficou em linha com a expectativa em pesquisa da Reuters.

Para Felipe Salles, economista-chefe do C6 Bank, a taxa de desemprego deve encerrar este ano perto de 7% e contribuir para um crescimento do PIB acima de 2,2%. Para 2025, entretanto, ele estima que a expansão da atividade deve desacelerar a 1,2%.

"De qualquer forma, o mercado de trabalho deve demorar a sofrer os efeitos mais diretos dessa desaceleração e encerrar 2025 ainda próximo de 7%", disse ele.

O mercado de trabalho aquecido vem mantendo a taxa de desemprego em patamares historicamente baixos. Especialistas avaliam que esse cenário deve permanecer por algum tempo, o que também levanta preocupações com a inflação, principalmente de serviços, já que a renda também segue aumentando.

No trimestre encerrado em junho, o rendimento médio real das pessoas ocupadas foi de 3.214 reais, alta de 1,8% no trimestre e de 5,8% na comparação anual.

O Banco Central deliberará nesta quarta-feira sobre a taxa básica de juros, com ampla expectativa de que a Selic seja mantida em 10,5% e termine o ano neste patamar.

"O elevado nível de emprego deve manter o consumo em alta no segundo semestre, apesar da taxa de juros mais restritiva por mais tempo", disse Rafaela Vitória, economista-chefe do banco Inter. "O cenário também deve continuar preocupando o Copom, uma vez que a baixa taxa de desocupação pode pressionar a inflação de serviços devido aos reajustes salariais acima da inflação."

RECORDES

No segundo trimestre, o número de desempregados somou 7,541 milhões, uma queda de 12,5% em relação aos três primeiros meses do ano e de 12,8% ante o mesmo período do ano passado. Esse é o menor número de pessoas em busca de trabalho desde o trimestre encerrado em fevereiro de 2015.

Já o total de ocupados atingiu 101,83 milhões, novo recorde da série histórica iniciada em 2012, com uma alta de 1,6% ante o primeiro trimestre e de 3,0% sobre o segundo trimestre de 2023.

"Observa-se a manutenção de resultados positivos e sucessivos. Esses recordes de população ocupada não foram impulsionados apenas nesse trimestre, mas são consequência do efeito cumulativo de uma melhoria do mercado de trabalho em geral nos últimos trimestres" disse a coordenadora de pesquisas domiciliares do IBGE, Adriana Beringuy.

Os trabalhadores com carteira assinada no setor privado aumentaram 1,0% na comparação trimestral e chegaram a um contingente de 38,380 milhões, enquanto os empregados que não tinham carteira cresceram 3,1% na mesma base de comparação, a 13,797 milhões. Ambos os contingentes também representam recordes.

Beringuy destacou ainda que, na comparação trimestral, as três atividades com alta da ocupação foram comércio, administração pública e as atividades de informação e comunicação.

"Esses três setores absorvem um contingente muito grande de trabalhadores, de serviços básicos e também de serviços mais especializados. Assim, a expansão da ocupação nessas atividades acaba contribuindo para o processo de crescimento da remuneração e do nível da ocupação de diversos segmentos no mercado de trabalho", explicou.

O IBGE destacou ainda que a população desalentada -- que gostaria de trabalhar, mas desistiu de procurar emprego -- recuou para 3,3 milhões no trimestre encerrado em junho, marcando o menor contingente desde o trimestre encerrado em junho de 2016. A queda foi de 9,6% no trimestre e de 11,5% no ano.

"A redução do desalento pode estar relacionada à melhoria das condições do mercado de trabalho como um todo, possibilitando que esse contingente retorne para a força de trabalho", disse a coordenadora do IBGE.

Na terça-feira, o Ministério do Trabalho e Emprego informou que em junho o Brasil abriu 201.705 vagas formais de trabalho, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), acima da expectativa de economistas.

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