Taxa de desemprego recua, mas 14,4 milhões buscam trabalho
Segundo o IBGE, taxa passou de 14,7% no período de janeiro a março para 14,1%, com melhora nas atividades ligadas a restaurantes e hotéis, construção, serviço doméstico e agricultura
A taxa de desemprego recuou para 14,1% no segundo trimestre deste ano, depois de atingir 14,7% no período de janeiro a março. Mesmo assim, o País ainda tem 14,4 milhões de pessoas em busca de um trabalho, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada nesta terça-feira, 31, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado veio no piso das expectativas dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, que estimavam uma taxa de entre 14,1% e 14,8%. Em igual período de 2020, a taxa de desemprego estava em 13,3%.
O número de pessoas ocupadas chegou a 87,8 milhões, com avanço de 2,5%. Com isso, o nível de ocupação atingiu 49,6%, o que ainda indica que menos da metade da população brasileira em idade para trabalhar está ocupada.
"O crescimento da ocupação ocorreu em várias formas de trabalho. Até então vínhamos observando aumentos no trabalho por conta própria e no emprego sem carteira assinada, mas pouca movimentação do emprego com carteira. No segundo trimestre, porém, houve um movimento positivo, com crescimento de 618 mil pessoas a mais no contingente de empregados com carteira", explica a analista da pesquisa, Adriana Beringuy.
O total de empregados com carteira assinada no setor privado avançou 2,1%, totalizando 30,2 milhões no segundo trimestre frente ao anterior. Na comparação com o mesmo trimestre do ano passado, o contingente ficou estável, mas interrompeu quatro trimestres sucessivos de quedas.
O trabalho por conta própria atingiu o patamar recorde de 24,8 milhões de pessoas, crescimento de 4,2% na comparação com o trimestre anterior. Em um ano, o contingente avançou 3,2 milhões, alta de 14,7%.
Segundo Adriana, o aumento da ocupação no segundo trimestre foi gerado, principalmente, por atividades relacionadas à alojamento e alimentação (9,1%), construção (5,7%), serviços domésticos (4,0%) e agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (3,8%).
"Alojamento e alimentação, que inclui restaurantes e hotéis, avançaram 7,7% na comparação anual, primeiro crescimento depois de quatro trimestres de quedas. Esse avanço, porém, não faz a atividade voltar ao patamar pré-pandemia, mas é um movimento de leve recuperação, depois de registrar a segunda maior perda de trabalhadores em 2020, atrás do serviço doméstico", disse.
Mais trabalhadores informais
Os trabalhadores informais, que incluem aqueles sem carteira assinada (empregados do setor privado ou trabalhadores domésticos), sem CNPJ (empregadores ou empregados por conta própria) ou trabalhadores sem remuneração, somaram 35,6 milhões de pessoas. No trimestre anterior eram 34 milhões de informais e, há um ano, 30,8 milhões.
De acordo com o IBGE, os trabalhadores subocupados por insuficiência de horas trabalhadas, que trabalham menos horas do que poderiam, chegou a um número recorde de 7,5 milhões de pessoas, um aumento de 7,3%. Em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, o indicador subiu 34,4%, quando havia no País 5,6 milhões de pessoas subocupadas.
O total de desalentados (5,6 milhões), pessoas que desistiram de procurar trabalho devido às condições estruturais do mercado, teve queda de 6,5% em relação ao primeiro trimestre do ano. Mas esse contingente permanece estável na comparação com o segundo trimestre do ano passado.