Taxa de desemprego volta a subir no Brasil e vai a 8,4% em janeiro
Números mostram aumento em relação aos 8,3% vistos no trimestre anterior
O Brasil iniciou 2023 com aumento da taxa de desemprego no trimestre até janeiro pela primeira vez em um ano, em meio a um esgotamento da recuperação diante da reabertura econômica após a pandemia de covid-19 e dos efeitos do aperto monetário.
A taxa de 8,4% divulgada nesta sexta-feira, 17, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra aumento em relação aos 8,3% vistos no trimestre imediatamente anterior, de agosto a outubro.
É o primeiro avanço desde o trimestre encerrado em janeiro de 2022 e também representa alta ante a taxa de 7,9% registrada no quarto trimestre de 2022, até dezembro. Ainda assim, é a mais baixa para o período de novembro a janeiro desde 2015 e fica bem abaixo dos 11,2% vistos no mesmo período do ano passado.
Resultados econômicos positivos e a reabertura após a pandemia deram fôlego ao mercado de trabalho no ano passado, apresentando inclusive aumento da formalidade. No entanto, os efeitos defasados do aperto da política monetária --a taxa básica Selic saiu do menor nível histórico de 2% e está atualmente em 13,75%-- e a desaceleração econômica global tendem a pesar sobre o cenário.
Veja detalhes
• A população desocupada (9,0 milhões de pessoas) ficou estável ante o trimestre anterior e caiu 25,3% (menos 3 milhões de pessoas desocupadas) na comparação anual.
• A população ocupada (98,6 milhões) registrou redução de 1,0% (menos 1 milhão de pessoas) ante o trimestre anterior e alta de 3,4% (mais 3,2 milhões) no ano.
• O nível da ocupação (percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar), estimado em 56,7%, caiu -0,7 p.p. no trimestre e subiu 1,3 p.p. no ano.
• A taxa composta de subutilização (18,7%) recuou -0,8 ponto percentual no trimestre (19,5%) e caiu 5,2 p.p. no ano (23,9%). A população subutilizada (21,5 milhões de pessoas) caiu 5,2% frente ao trimestre anterior e 22,5% na comparação anual.
• A população subocupada por insuficiência de horas trabalhadas (5,2 milhões) caiu 12,6% (menos 754 mil pessoas) no trimestre e 24,4% (menos 1,7 milhão) no ano.
• A população fora da força de trabalho (66,3 milhões de pessoas) cresceu 2,2% ante o trimestre anterior (mais 1,4 milhão) e 2,2% na comparação anual (mais 1,4 milhão).
• A população desalentada (4 milhões de pessoas) caiu 5,3% ante o trimestre anterior (menos 220 mil pessoas) e 16,7% no ano. O percentual de desalentados na força de trabalho ou desalentada (3,5%) ficou estável no trimestre e recuou 0,7 p.p. no ano.
• O número de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado (exclusive trabalhadores domésticos) foi de 36,8 milhões, mantendo estabilidade no trimestre e crescendo 6,5% (mais 2,3 milhões de pessoas) na comparação anual.
• O número de empregados sem carteira assinada no setor privado (13,1 milhões) ficou estável ante o trimestre anterior e cresceu 5,9% (725 mil pessoas) no ano.
• O número de trabalhadores por conta própria (25,3 milhões de pessoas) registrou estabilidade ante o trimestre anterior e na comparação anual.
• O número de trabalhadores domésticos (5,9 milhões de pessoas) ficou estável no confronto com o trimestre anterior e cresceu 4,7% (mais 262 mil pessoas) no ano.
• O número de empregadores (4,2 milhões de pessoas) caiu 4,1% (ou menos 179 mil pessoas) frente ao trimestre anterior e ficou estável na comparação anual.
• O número de empregados no setor público (11,8 milhões de pessoas) caiu 4,0% frente ao trimestre anterior, mas cresceu 3,9% na comparação anual (mais 447 mil pessoas).
• A taxa de informalidade foi de 39% da população ocupada (ou 38,5 milhões de trabalhadores informais) contra 39,1% no trimestre anterior e 40,4% no mesmo tri de 2022.
• O rendimento real habitual (R$ 2.835) cresceu 1,6% no trimestre e 7,7% no ano.
• A massa de rendimento real habitual (R$ 275,1 bilhões) apresentou estabilidade ante o trimestre anterior e aumento de 11,9% na comparação anual. (Com informações da Agência IBGE Notícias)