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Taxa de juro vai subir ainda mais e acabará impactando crédito, diz economista-chefe do Itaú

Para Mário Mesquita, inadimplência também tende a subir, após um período de defasagem, o que liga um 'sinal amarelo'; apesar do alerta, ele descarta uma crise de crédito à frente

23 jan 2025 - 12h10
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ZURIQUE - O economista-chefe do Itaú Unibanco, Mário Mesquita, alertou que os juros altos no Brasil e a perspectiva de novos aumentos à frente devem impactar no ritmo de concessão de crédito e na inadimplência neste ano.

"O desemprego deve continuar reduzido, a competição intensa, mas a taxa de juros subiu bastante e tende a subir mais ainda. Isso vai acabar impactando o crédito", disse ele, no Brazil Economic Forum, promovido pelo Lide - Grupo de Líderes Empresariais, em Zurique, na Suíça.

Segundo ele, no ano passado, o crescimento do crédito foi "surpreendente", em um ritmo acima das expectativas. O aumento da competição no setor bancário e o baixo nível de desemprego estiveram entre os motores do crescimento dos empréstimos, disse.

Apesar do alerta, Mesquita descartou uma crise de crédito à frente e uma 'parada brusca' nas concessões
Apesar do alerta, Mesquita descartou uma crise de crédito à frente e uma 'parada brusca' nas concessões
Foto: Daniel Teixeira/Estadão / Estadão

Além disso, a poupança das famílias também cresceu no ano passado, mas agora também já estão consumindo parte desse colchão, de acordo com Mesquita. "Agora, é natural que, quando o juro sobe, as concessões tendem a diminuir, e a inadimplência, depois de uma defasagem, tende a subir. Então esse é um sinal amarelo", alertou.

Segundo o economista, o Banco Central (BC) instou as instituições financeiras a terem especial vigilância no crédito, na última ata do Comitê de Política Monetária (Copom). Não é usual o BC incluir mensagem prudencial em um texto que é essencialmente de política monetária. "Eles também estão olhando com certa preocupação", reforçou Mesquita.

O economista afirmou que a pessoa física tem um mitigador que é o fato de o nível de desemprego estar "muito baixo, e os salários crescendo bem". Mas as empresas, especialmente as pequenas e médias, podem causar alguma preocupação, segundo ele.

Mesquita descartou, contudo, uma crise de crédito à frente e uma "parada brusca" nas concessões. É uma "arrumação normal" nos ciclos econômicos, disse. "O ciclo tem momento de aceleração, tem momento de desaceleração. Se o crédito fosse crescer ininterruptamente ao ritmo que cresceu no ano passado, aí sim a gente estaria contratando um ciclo lá na frente", concluiu o economista.

Estadão
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